(RV) O
último encontro do Papa Francisco em Washington nesta quinta-feira dia
24 foi com os sem-abrigo na Paróquia de S. Patrício. Mais de 200 os que
se reuniram para ouvir o Santo Padre que, desde logo, recordou que
também Jesus foi um sem-abrigo. Falando em espanhol o Papa Francisco
afirmou que os sem-abrigo fazem-lhe lembrar S. José:
“É a ele que eu recorro quando estou um pouco aflito. Vós recordais-me S. José. Os vossos rostos falam-me do seu.”
O Papa Francisco lembrou que na vida de S. José houve situações
difíceis de enfrentar, em particular, as circunstâncias e o lugar em que
Maria deu à luz o seu filho primogénito: nasceu numa gruta, em Belém,
foi envolvido em panos e colocado numa manjedoura, porque não havia
lugar para eles na hospedaria. O Filho de Deus veio a este mundo como
uma pessoa que não tem casa – sublinhou o Santo Padre:
“Podemos imaginar as perguntas que José se punha naquele momento: O
Filho de Deus não tem um teto para viver? Por que estamos sem casa? Por
que estamos sem um teto? São perguntas que muitos de vós podem pôr-se
cada dia. Como José, questionais-vos: Porque estamos sem um teto, sem
uma casa? Mas tais perguntas, será bom que no-las ponhamos também todos
nós: Por que estão sem casa estes nossos irmãos? Porque não têm um
teto?”
Neste momento do seu discurso o Papa Francisco quis ser muito claro e
afirmou que não há motivos para justificar a falta de alojamento:
“Quero ser muito claro: não há nenhum motivo para justificar
socialmente, moralmente, ou num outro modo, a falta de habitação. São
situações injustas, mas saibamos que Deus sofre-as juntamente connosco,
vive-as ao nosso lado. Não nos deixa sós.”
O Papa Francisco, nas palavras que dirigiu aos sem-abrigo, salientou
que a fé e a oração perante as situações injustas e dolorosas oferecem a
luz que “dissipa a escuridão”. A fé abre-nos à presença silenciosa de
Deus em cada vida, em cada pessoa, em cada situação. Ele está presente
em cada um de vós, em cada um de nós” – referiu o Santo Padre.
“É na oração que o nosso coração encontra a força para não se tornar
insensível, frio perante as situações de injustiça. Na oração, Deus
continua a chamar-nos e a incitar-nos à caridade” – acentuou o Papa que
referiu que Jesus não quis apenas ser solidário com cada pessoa, mas
identificou-se com “todos aqueles que sofrem”. E pede-nos para fazermos o
mesmo como podemos ler no Evangelho de S. Mateus que o Santo Padre
citou: Tive fome e deste-me de comer, tive sede e deste-me de beber, era
peregrino e recolheste-me» (Mt 25, 35)”.
Jesus continua a bater à nossa porta – reiterou o Papa que declarou
que é na oração que nos sentimos irmanados, abrimos o coração e
encontramo-nos como irmãos. “Na oração, não há pessoas de primeira
classe ou de segunda; há fraternidade.”
O Papa Francisco depois deste encontro esteve na cantina da Paróquia
passando por entre as mesas, saudando e abençoando os sem-abrigo
presentes.
(RS)
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