(RV) Hoje, muitos
cristãos continuam a ser perseguidos no silêncio cúmplice de tantas
potências: foi o que reiterou o Papa durante a Missa da manhã desta
segunda-feira 07/09, na Casa Santa Marta. Estava presente o novo
Patriarca de Cilícia dos Arménios, Gregório Pedro XX Ghabroyan, a quem o
Papa concedeu a Comunhão eclesiástica com uma carta de 25 de julho
passado.
Concelebrando juntamente com o Pontífice, realizando o rito da troca
das Sagradas Espécies, confirmou a raiz eucarística da comunhão entre o
Bispo de Roma, que preside na caridade, e a Igreja Patriarcal de Cilícia
dos Arménios. Concelebraram a missa também o Cardeal Leonardo Sandri,
Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, e todos os bispos
membros do Sínodo da Igreja Patriarcal Arménio-católica.
Escribas e fariseus estavam fora de si de raiva porque Jesus realizou
o milagre do sábado e discutiam sobre como matá-lo. Inspirando-se no
Evangelho do dia, Francisco falou sobre as perseguições que os cristãos
sofrem ainda hoje, “talvez ainda mais do que nos primeiros tempos”: “são
perseguidos, mortos, expulsos, desnudados somente por serem cristãos”.
“Queridos irmãos e irmãs, não existe cristianismo sem perseguição!
Recordai-vos da última Bem-aventurança: quando vos levarem às sinagogas,
vos perseguirem, vos insultarem... este é o destino dos cristãos. E
hoje, diante deste facto que está a acontecer no mundo, com o silêncio
cúmplice de tantas potências que poderiam detê-lo, estamos diante deste
destino cristão. Ir no mesmo caminho de Jesus”.
O Papa recorda “uma das muitas grandes perseguições, a do povo arménio”:
“A primeira nação que se converteu ao cristianismo: a primeira.
Perseguida somente pelo facto de ser cristã. Nós hoje, lendo os jornais,
ficamos horrorizados por aquilo que fazem alguns grupos terroristas que
degolam as pessoas somente por serem cristãs. Pensemos nos mártires
egípcios, recentemente, na costa da Líbia, que foram decapitados
enquanto pronunciavam o nome de Jesus.”
“E o povo arménio foi perseguido, expulso da sua pátria, sem ajuda,
para o deserto”, disse ainda o Papa. “Esta história começou com Jesus: o
que fizeram “com Jesus durante a história foi feito com o seu Corpo,
que é a Igreja. Hoje, eu gostaria, neste dia da nossa primeira
Eucaristia, como irmãos bispos, a você, querido irmão Patriarca e a
todos vós bispos e fiéis e sacerdotes arménios, abraçar cada um e
recordar esta perseguição que vós sofrestes e recordar os vossos santos,
os muitos santos que morreram de fome, frio, na tortura, no deserto por
ser cristãos”.
“Que o Senhor nos dê uma inteligência plena para conhecer o Mistério
de Deus que está em Jesus que leva a cruz, a cruz da perseguição, a cruz
do ódio, a cruz do que vem da cólera” dos perseguidores provocada pelo
“pai do mal”:
“Que o Senhor, hoje, nos faça sentir no Corpo da Igreja o amor pelos
nossos mártires e também a nossa vocação ao martírio. Nós não sabemos o
que irá acontecer aqui. Não sabemos! Mas que o Senhor nos dê a graça, se
um dia acontecer essa perseguição aqui, da coragem e do testemunho que
tiveram todos aqueles cristãos mártires, especialmente os cristãos do
povo arménio.” (BS/CM/MJ)
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