28 setembro, 2015

Papa na Missa com as famílias: abrir aos milagres do amor

(RV) Domingo, 27 de setembro, Missa com o Papa Francisco no encerramento do VIII Encontro Mundial das Famílias em Filadélfia na qual estiveram mais de um milhão de fiéis.
O Papa exortou os cristãos e as famílias, em particular, a abrirem-se aos milagres do amor, acreditando na ação de Deus que “ultrapassa a burocracia” e os “círculos restritos” e quer que “todos os seus filhos tomem parte na festa do Evangelho”.

Na sua homilia o Santo Padre realçou, desde logo, a “linguagem alegórica que nos interpela” nas leituras deste domingo: “na primeira Leitura, Josué diz a Moisés que dois membros do povo estão a profetizar, anunciando a palavra de Deus sem qualquer mandato. No Evangelho, João diz a Jesus que os discípulos impediram uma pessoa de expulsar os espíritos malignos em nome d’Ele.

E aqui aparece a surpresa – declarou o Santo Padre – “Moisés e Jesus censuram estes colaboradores por serem de mente tão fechada”:

“Quando nos damos conta disto, podemos entender por que motivo as palavras de Jesus sobre o escândalo são tão duras. Para Jesus, o escândalo intolerável consiste em tudo aquilo que destrói e corrompe a nossa confiança no modo de agir do Espírito.”

A ação de Deus no nosso mundo “ultrapassa a burocracia, o oficial e os círculos restritos” – salientou o Papa – “Deus quer que todos os seus filhos tomem parte na festa do Evangelho.”

O Santo Padre afirmou que Jesus nos diz para não colocarmos obstáculos ao que é bom, mas, pelo contrário, devemos ajudar a crescer. E essa é a “obra do Espírito” viver a santidade e a felicidade dos pequenos gestos:

“São gestos de mãe, de avó, de pai, de avô, de filho. São gestos de ternura, de afeto, de compaixão. Gestos, como o prato quente de quem espera para jantar, como o café da manhã de quem sabe acompanhar o levantar na alvorada. São gestos familiares. É a bênção antes de dormir, e o abraço ao regressar duma jornada de trabalho.”

“O amor exprime-se em pequenas coisas, na atenção mínima ao quotidiano e que fazem com que a vida tenha sempre sabor de casa. A fé cresce, quando é vivida e plasmada pelo amor. Por isso, as nossas famílias, as nossas casas são autênticas igrejas domésticas: são o lugar ideal onde a fé se torna vida e a vida cresce na fé.”

Segundo o Santo Padre, “Jesus convida-nos a não obstaculizar estes pequenos gestos miraculosos; antes, quer que os provoquemos, que os façamos crescer, que acompanhemos a vida como ela se nos apresenta, ajudando a suscitar todos os pequenos gestos de amor, sinais da sua presença viva e operante no nosso mundo”.

 “Nós, cristãos, discípulos do Senhor, pedimos às famílias do mundo que nos ajudem. Somos tantos a participar nesta celebração e isto, em si mesmo, já é algo de profético, uma espécie de milagre no mundo de hoje que está cansado de inventar novas divisões e desafios. Quem dera que fôssemos todos profetas!

“Quem dera que cada um de nós se abrisse aos milagres do amor a bem de todas as famílias do mundo, para assim podermos superar o escândalo dum amor mesquinho e desconfiado, fechado em si mesmo, sem paciência com os outros!”

“Deixo-vos uma pergunta: “Na minha casa grita-se ou fala-se com amor e ternura? É uma boa maneira para medir o nosso amor.”

O Papa Francisco concluiu a sua homilia exortando os fiéis, e as famílias em particular, a renovarem a sua fé na “palavra do Senhor”, que convida as nossas famílias para a abertura à profecia e à ação do Espírito vivo e operante no mundo.

E o Santo Padre concluiu dizendo: “Que Deus nos conceda a todos, como discípulos do Senhor, a graça de ser dignos desta pureza de coração que não se escandaliza do Evangelho.”

(RS)

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