(RV) Durante
a Missa no Santuário da “Virgem da Caridade do Cobre” o Papa concentrou
a sua meditação no Evangelho de Lucas que narra o episódio em que
Maria, depois da Anunciação, vai visitar e ajudar a prima Isabel. Vai
sobretudo para servir, diz o Papa, o que demonstra que o encontro com o
Senhor provoca um movimento, nos põe em caminho, nos impele a mover-nos,
a sair da nossa casa:
“A presença de Deus na nossa vida
nunca nos deixa tranquilos, sempre nos impele a mover-nos. Quando Deus
visita, sempre nos tira para fora de casa: visitados para visitar,
encontrados para encontrar, amados para amar”
E o Papa apresenta o exemplo de Maria
que não está agitada nem adormentada mas, visto que foi visitada, vai
visitar, acompanhar a sua prima grávida e em idade avançada. E esta é
uma nota característica importante, reitera o Papa, acompanhar as
pessoas, ser próximos a todos os que sofrem para defender os direitos
dos seus filhos, como nos diz a Palavra da Vida:
“Maria, a primeira discípula,
visitada saiu para visitar. E, desde aquele primeiro dia, foi sempre a
sua característica singular. Foi a mulher que visitou tantos homens e
mulheres, crianças e idosos, jovens. Soube visitar e acompanhar nas
dramáticas gestações de muitos dos nossos povos; protegeu a luta de
todos os que sofreram para defender os direitos dos seus filhos. E ainda
agora, Ela não cessa de nos trazer a Palavra de Vida, seu Filho, Nosso
Senhor”.
A nação cubana é marcada pela devoção
à Virgem da Caridade – continuou Francisco – e isto foi confirmado
pelos bispos cubanos quando pediram ao Papa Bento XV para declarar a
Virgem do Cobre Padroeira de Cuba. E este Santuário, reitera o Papa,
conserva a memória do povo santo de Deus que caminha em terra cubana,
exprime as raízes e a sua identidade; é um caminho por vezes cheio de
dificuldades, mas enriquecido, tornado vivo graças ao esforço das avós,
das mães, da gente que torna viva a presença de Deus na vida quotidiana,
nas famílias.
E sempre que olhamos para Maria,
voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afecto,
insistiu o Papa Francisco, dizendo que geração após geração, dia após
dia, somos convidados a renovar a nossa fé, somos convidados a viver a
revolução da ternura, como Maria, Mãe da Caridade:
“Como Maria, queremos ser uma Igreja
que serve, que sai de casa, que sai dos seus templos, das suas
sacristias, para acompanhar a vida, sustentar a esperança, ser sinal de
unidade de um povo nobre e digno. Como Maria, Mãe da Caridade, queremos
ser uma Igreja que saia de casa para lançar pontes, abater muros, semear
reconciliação. Como Maria, queremos ser uma Igreja que saiba acompanhar
todas as situações «grávidas» da nossa gente, comprometidos com a vida,
a cultura, a sociedade, não nos escondendo mas caminhando com os nossos
irmãos. Todos juntos, servindo, ajudando; todos filhos de Deus, filhos
de Maria, filhos desta nobre terra cubana”.
E por fim o apelo do Papa é de
procurar ser uma Igreja capaz de acompanhar as pessoas em situações de
dificuldade, pessoas empenhadas na vida, na cultura, na sociedade:
“Este é o nosso «cobre» mais
precioso, esta é a nossa maior riqueza e o melhor legado que podemos
deixar: aprender a sair de casa, como Maria, pelas sendas da visitação. E
aprender a rezar com Maria, pois a sua oração é cheia de memória e
agradecimento; é o cântico do povo de Deus que caminha na história. É a
memória viva de que Deus está no nosso meio; é a memória perene de que
Deus olhou para a humildade do seu povo, socorreu o seu servo como
prometera aos nossos pais e à sua descendência para sempre”. (BS)
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