(RV) Nesta
terça-feira dia 1 de setembro o Papa Francisco presidiu na Basílica de
S. Pedro a uma Celebração da Palavra no Dia de Oração pelo cuidado da
Criação. Uma celebração vivida em comunhão com os irmãos ortodoxos.
A homilia deste momento de oração foi proferida pelo Pregador da Casa
Pontifícia, o Padre Raniero Cantalamessa, que abordou o tema do cuidado
da Criação afirmando, desde logo, que na origem da crise ecológica
atual está o domínio indiscriminado do ser humano sobre a Natureza.
Sublinhou que o ser humano foi criado “à imagem e semelhança de Deus e
não à imagem e semelhança de patrões humanos”.
Desta forma, o ser humano é imagem de Deus, portanto, é “garantia e
não ameaça para a Criação”. O Padre Cantalamessa afirmou que a Bíblia
revela-nos a hierarquia que existe na Natureza e que esta tem vindo a
ser violada, por exemplo, “quando se fazem despesas loucas por animais,
não certamente por aqueles que estão em perigo de extinção, enquanto se
deixam morrer de fome e de doença milhões de crianças debaixo dos nossos
olhos”.
O Pregador da Casa Pontifícia afirmou, assim, a preocupação sobre o
futuro dos habitantes do planeta declarando, contudo, que “ninguém pode
servir seriamente a causa da salvaguarda da Criação se não tem a coragem
de apontar o dedo contra a acumulação de riquezas exageradas nas mãos
de poucos e contra a tirania do dinheiro”.
Finalmente, a reflexão sobre o contributo da fé para a salvaguarda da
Criação, da qual o Padre Raniero destacou um modelo: Francisco de Assis
que nos ajuda a perceber que devemos substituir a posse pela
contemplação da Criação:
“Francisco aponta-nos a estrada para uma mudança radical na nossa
relação com a Criação: esta revolução consiste em substituir a posse
pela contemplação. Ele descobriu um modo diferente de gozar das coisas
que é aquele de contemplar e não de possuí-las.”
Para o futuro o Padre Cantalamessa deixou um conselho: cuidar da
Criação começa por cada um de nós, pois é necessário mudar o coração do
ser humano:
“Que sentido tem, por exemplo, acusar quem polui a atmosfera, os
oceanos e as florestas, se eu não hesito em atirar do cimo de uma
torrente ou no mar, uma saca de plástico que ficará ali por um século,
se alguém não a recuperar, se deito fora onde calha, estrada ou bosque,
aquilo de que me quero libertar, ou se mancho os muros da minha cidade?”
(RS)
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