(RV) Quarta-feira é de dia de Audiência Geral no
Vaticano. Devido ao frio, os cerca de 8 mil peregrinos foram acomodados
na Sala Paulo VI, e do corredor central Francisco saudou os fiéis.
O Papa dedicou a catequese à sua recente viagem a Mianmar e
Bangladesh, que definiu como um “grande dom de Deus”. E agradeceu às
autoridades e bispos dos dois países que permitiram esta visita.
Mianmar
A primeira etapa da 21° viagem apostólica foi Mianmar, que pela
primeira vez recebeu o sucessor de Pedro. “Quis expressar a proximidade
de Cristo e da Igreja a um povo que sofreu por causa de conflitos e
repressões, e que agora está lentamente caminhando rumo a uma nova
condição de paz e liberdade”, disse o Papa.
Num país de maioria budista, os cristãos estão presentes como pequeno
rebanho e fermento do Reino de Deus. Francisco recordou o encontro com
os Bispos e as suas celebrações eucarísticas. A primeira foi no campo
esportivo no centro de Yangun, e o Evangelho daquele dia recordou que as
perseguições por causa da fé em Jesus são normais para os seus
discípulos. Já a segunda missa foi dedicada aos jovens. “Nos rostos
daqueles jovens vi o futuro da Ásia: um futuro que não será de quem
constrói armas, mas de quem semeia fraternidade.”
Francisco comentou ainda os encontros com as autoridades de Mianmar,
às quais encorajou os esforços de pacificação e auspiciando que todos os
membros da nação, ninguém excluído, possam cooperar neste processo no
respeito recíproco. O Papa mencionou ainda o diálogo inter-religioso, de
modo especial quando se reuniu com o Conselho Supremo dos monges, ao
qual manifestou a confiança de que cristãos e budistas possam juntos
ajudar as pessoas a amar Deus e o próximo, rejeitando toda violência e
opondo-se ao mal com o bem.
Bangladesh
Ao deixar Mianmar, o Pontífice visitou Bangladesh, país de maioria
muçulmana. “Nas pegadas do Beato Paulo VI e de São João Paulo II, a
minha visita marcou um passo ulterior em favor do respeito e do diálogo
entre o cristianismo e o islamismo."
Às autoridades, Francisco expressou em particular a solidariedade ao
país em seu empenho em socorrer os refugiados Rohingya, que confluíram
em massa ao território bengalês, onde a densidade da população já é uma
das mais altas do mundo.
O Papa voltou a falar dos Rohingya na saudação em árabe,
acrescentando que pediu a eles "que nos perdoem pelas nossas faltas e
pelo nosso silêncio, pedindo à comunidade internacional que os ajude e
socorra todos os grupos oprimidos e perseguidos no mundo".
Com a comunidade católica, o Papa recordou a missa, com a ordenação
de 16 sacerdotes, “onde graças a Deus não faltam vocações”, o encontro
com os bispos, sacerdotes, consagradas e consagrados, e também com os
seminaristas, as noviças e os noviços. Francisco citou ainda a visita à
“Casa Madre Teresa”, onde a santa residia quando se encontrava em Daca e
que acolhe inúmeros órfãos e pessoas com deficiência. O Pontífice fez
uma homenagem especial às irmãs “que estão sempre com o sorriso no
rosto. Sempre: um belo testemunho”.
Assim como em Mianmar, o último evento em Bangladesh foi com os
jovens bengaleses, rico de testemunhos, cantos e danças, “e como dançam
bem os bengaleses”. “No encontro estavam presentes também jovens
muçulmanos e de outras religiões: um sinal de esperança para Bangladesh,
para a Ásia e para o mundo.”
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