17 dezembro, 2017

Papa: ter o rosto da alegria de ser perdoados, o pessimismo não é cristão

Papa celebra na Casa Santa Marta
Na homilia da missa de quinta-feira (21/12), Francisco falou da verdadeira alegria, que brota do fato de sermos perdoados. É preciso ter o rosto desta felicidade, não de "vigília fúnebre", disse o Papa.
Cidade do Vaticano

Ter um rosto de pessoas redimidas, perdoadas, não de “vigília fúnebre”. Esta foi a reflexão que guiou a homilia do Papa Francisco na manhã desta quinta-feira, na capela da Casa Santa Marta.

Seja a Primeira Leitura, seja o Evangelho, falam da alegria profunda que vem de dentro, fruto do perdão dos pecados e da proximidade do Senhor. Não da alegria de uma festa.
A alegria nasce de ser perdoados

Três são os aspectos dessa alegria identificada pelo Papa. Antes de tudo, se trata de uma alegria que nasce do perdão: “Esta é a raiz própria da alegria cristã”. Basta pensar na alegria de um prisioneiro quando lhe vem comutada a pena ou aos doentes, aos paralíticos curados no Evangelho. É preciso, portanto, estar conscientes da redenção que Jesus nos trouxe:

Um filósofo criticava os cristãos, ele se dizia agnóstico ou ateu, não me lembro, mas criticava os cristãos e dizia isso: “Mas esses – os cristãos – dizem ter um Redentor; eu acreditarei, acreditarei no Redentor quando tiverem o rosto de redimidos, alegres por serem redimidos”. Mas se você tem o rosto de vigília fúnebre, como posso acreditar que você é um redimido, que os seus pecados foram perdoados? Este é o primeiro ponto, a primeira mensagem da liturgia de hoje: você é um perdoado, cada um de nós é um perdoado.


“Deus é o Deus do perdão”, disse o Papa, exortando, portanto, a receber este perdão e a ir avante com alegria, porque o Senhor perdoará depois também as coisas que, por fraqueza, todos fazemos.

Alegria, porque o Senhor caminha conosco

O segundo convite é o de ser alegres, mesmo porque o Senhor “caminha conosco” desde o momento em que chamou Abraão. “Está no meio de nós”, em nossas provações, dificuldades, alegrias, em tudo. Francisco pediu para que durante o dia dirijamos “alguma palavra ao Senhor que está conosco”, em nossa vida.

O terceiro aspecto é o não deixar “cair os braços” diante das desgraças:

O pessimismo da vida não é cristão

O pessimismo da vida não é cristão. Nasce de uma raiz que não sabe que foi perdoada, nasce de uma raiz que nunca sentiu o carinho de Deus. O Evangelho, podemos dizer, nos mostra esta alegria: “Maria levantou-se alegre e foi rapidamente”. A alegria nos leva rapidamente, sempre, porque a graça do Espírito Santo não conhece lentidão, não conhece. O Espírito Santo sempre vai apressado, sempre nos impele a ir adiante, adiante como o vento no barco à vela.

Em síntese, trata-se de uma alegria que faz o menino exultar no ventre de Isabel no encontro com Maria:

Esta é a alegria que a Igreja nos diz: por favor, sejamos cristãos alegres, façamos todo esforço para mostrar que nós acreditamos que fomos redimidos, que o Senhor nos perdoou tudo e se cometermos algum erro, Ele nos perdoará porque é o Deus do perdão, é o Senhor no meio de nós e que não deixará cair os nossos braços. Esta é a mensagem de hoje: Levanta-te. Aquele levanta-te de Jesus aos doentes: “Levanta, vai, grita de alegria, alegra-se, exulta e aclama de todo coração.

VATICAN NEWS

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