(RV)
Hoje, sexta-feira, dia 8 de Dezembro, solenidade de Imaculada Conceição,
o Papa Francisco presidiu, às 12 horas locais de Roma, a celebração
mariana do Ângelus. Milhares de fiéis e peregrinos provenientes de
diversas partes da Itália e do mundo, congregaram-se, desde muito cedo,
na Praça de S. Pedro para assistir à esta cerimónia.
Na sua alocução, o Papa iniciou por sublinhar que hoje, disse,
contemplamos a beleza da Maria Imaculada. O Evangelho que narra o
episódio da Anunciação, acrescentou o Santo Padre, ajuda-nos a
compreender o que estamos a festejar hoje, sobretudo através da saudação
do Anjo que dirigindo-se à Maria lhe diz: “Ave cheia de graça”.
Ora, esta palavra, “ Ave, cheia de graça”, que Francisco sublinha não
ser de fácil tradução, na verdade revela o novo nome que Deus deu a
Maria e cujo significado é superior ao nome que os seus pais lhe tinham
dado desde o seu nascimento. Por isso, mesmo antes de chamá-la com o seu
nome, Maria, o Anjo chamou-a “ cheia de graça”, um nome que também nós
hoje usamos todas as vezes que nos dirigimos à Maria.
“O que significa cheia de graça? Que Maria é cheia da presença de
Deus. E se está inteiramente habita por Deus, não há lugar portanto nela
para o pecado. É uma coisa extraordinária, porque tudo, no mundo,
infelizmente, está contaminado pelo mal. Cada um de nós, olhando para
dentro de si, vê os lados obscuros. Mesmo os grandes santos eram
pecadores e todas as realidades, mesmo as mais belas, são contaminadas
pelo mal: todas, excepto Maria. Ela é a única “oáses sempre verde” da
humanidade, a única incontaminada, criada imaculada para acolher
plenamente mediante o seu sim, Deus que vinha no mundo e iniciar assim
uma nova história”.
Todas as vezes portanto, que reconhecemos Maria como a cheia de
graça, sublinha o Pontífice, nós a enaltecemos mediante um elogio
superior, o mesmo que fez Deus com ela. Ora, para o Papa, o maior elogio
que se pode fazer à uma senhora, é dizê-la, com garbo, que ela
demonstra ter uma idade muito jovem. Por conseguinte, quando dizemos a
Maria, cheia de graça, num certo sentido, dirigimo-la também o mesmo
elogio superior à todos os outros elogios. Neste sentido nós
reconhecemos Maria sempre jovem, porque jamais envelhecida pelo pecado.
Existe uma única verdadeira coisa que faz envelhecer: não a idade,
mas o pecado. O pecado envelhece, porque esclerotiza o coração, fecha-o,
o torna inerte, o faz desflorecer. Mas a cheia de graça é vazia de
pecado. Por isso é sempre jovem, é mais jovem do que o pecado, é a mais
jovem da geração humana.
Hoje, recordou o Santo Padre, a Igreja se enaltece com Maria,
chamando-a “toda bela, tota pulchra”. Tal como a sua juventude não
reside na idade, assim também a sua idade não consiste na exterioridade.
De facto, sublinha ainda o Papa, Maria, como demonstra o Evangelho de
hoje, não excele em aparência: de simples família, vivia humildemente
em Nazaré, uma pequena aldeia quase desconhecida. E também não era
famosa: mesmo quando o Anjo a visitou, ninguém soube do evento, naquele
mesmo dia não estava presente nenhum repórter, nenhum jornalista. Mas
sobretudo, recorda ainda Francisco, Maria não teve nem tão pouco uma
vida fácil, mas sim repleta de preocupações e temores: perturbou-se com
as palavras que lhe foram dirigidas pelo Anjo e pôs-se a pensar no que
significaria a semelhante saudação, aumentando, por conseguinte, a sua
preocupação.
“Todavia, a cheia de graça viveu uma vida bela. Qual era o seu
segredo? (…) Maria escutava Deus e falava com Ele na oração. A palavra
de Deus era o seu segredo: próxima do seu coração, fez-se carne depois
no seu ventre. Permanecendo com Deus, dialogando com Ele em todas as
circunstâncias, Maria tornou bela a sua vida. Não a aparência, não
aquilo que passa, mas o coração voltado para Deus, torna bela a vida.
Olhemos hoje com alegria à cheia de graça. Pedimos que nos ajude a
permanecer jovens dizendo “não ao pecado e a viver uma vida bela,
dizendo sim a Deus”.
Após a recitação da oração mariana do Ângelus, Francisco agradeceu,
de todo o coração, aos milhares de fiéis e peregrinos presentes na Praça
de S. Pedro, especialmente as famílias e grupos paroquiais provenientes
de diversas partes da Itália.
Esta tarde, disse o Papa, irei à Praça Espanha (em Roma), para
renovar o tradicional acto de homenagem e de oração aos pés do monumento
da Imaculada. Francisco pediu por isso à todas e todos, de se unirem
espiritualmente com ele neste gesto que exprime a devoção filial à nossa
Mãe celeste.
Finalmente, à todas e todos, Francisco augurou a continuação de uma
boa festa da Imaculada e um bom caminho do Advento, recordando mais uma
vez, que não se esqueçam de rezar por ele. Bom Almoço e até próxima,
concluiu dizendo o Santo Padre.
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