Fecundidade e esterilidade foram as palavras da missa de 19 de dezembro de 2017 |
O coração não deve ser um berço vazio, infecundo, como uma peça de museu, mas deve estar aberto para dar a vida aos outros: esta é a mensagem do Papa Francisco na celebração da missa na capela da Casa Santa Marta
Cidade do Vaticano
Esterilidade e fecundidade: essas foram as duas palavras da homilia
desta manhã (18/12) do Papa Francisco na celebração eucarística na Casa
Santa Marta.
As leituras do dia apresentam o nascimento de Sansão e de João Batista anunciada pelo anjo a duas mulheres estéreis. Naquele tempo, a esterilidade era uma vergonha, enquanto o nascimento de um filho era considerado uma graça e um dom de Deus. Na Bíblia, afirma o Papa, existem muitas mulheres estéreis, que desejam ardentemente um filho, ou mães que choram a perda do filho porque ficaram sem descendência: Sara, Noemi, Ana e aqui Isabel. A fecundidade na Bíblia é uma bênção. “Povoem a terra, sejam fecundos” foi o primeiro mandamento que Deus deu aos nossos pais, recordou Francisco. “Onde há Deus, há fecundidade”:
As leituras do dia apresentam o nascimento de Sansão e de João Batista anunciada pelo anjo a duas mulheres estéreis. Naquele tempo, a esterilidade era uma vergonha, enquanto o nascimento de um filho era considerado uma graça e um dom de Deus. Na Bíblia, afirma o Papa, existem muitas mulheres estéreis, que desejam ardentemente um filho, ou mães que choram a perda do filho porque ficaram sem descendência: Sara, Noemi, Ana e aqui Isabel. A fecundidade na Bíblia é uma bênção. “Povoem a terra, sejam fecundos” foi o primeiro mandamento que Deus deu aos nossos pais, recordou Francisco. “Onde há Deus, há fecundidade”:
“Vem-me à mente (...) alguns países que escolheram o caminho da
esterilidade e sofrem esta doença tão feia que é o inverno demográfico.
Nós os conhecemos. Não fazem filhos. Não, que o bem-estar, que isso, que
aquilo... países vazios de crianças e isso não é uma bênção. Mas isso é
uma coisa passageira. A fecundidade é sempre uma bênção de Deus.”
A fecundidade material e espiritual, reforçou o Papa. Dar vida. Uma
pessoa pode inclusive não se casar, como os sacerdotes e os consagrados,
mas deve viver dando a vida aos outros. Ai de nós se não formos
fecundos com as boas obras, destacou.
A fecundidade é um sinal de Deus. Francisco então recorda que os
profetas escolhem símbolos como o deserto. O que há de mais estéril do
que um deserto e, mesmo assim, dizem que “o deserto florescerá, a aridez
se encherá de água”. É justamente a promessa de Deus. Deus é
fecundo....
“É verdade, o diabo quer a esterilidade. Quer que cada um de nós
não viva para dar vida seja física, seja espiritual aos outros. Viva
para si mesmo: o egoísmo, a soberba, a vaidade. Engordar a alma sem
viver para os outros. O diabo é quem faz crescer a cizânia do egoísmo e
não nos faz fecundos.”
É uma graça ter filhos que nos fecham os olhos à nossa morte, afirma
Francisco, e cita o exemplo de um idoso missionário da Patagônia que,
aos 90 anos, dizia que a sua vida tinha passado como um sopro, mas que
tinha muitos filhos espirituais ao seu lado na sua última doença.
“Aqui tem um berço vazio, podemos observar. Pode ser símbolo de
esperança porque virá uma criança, pode ser um objeto de museu, vazio
toda a vida. O nosso coração é um berço. Como está o meu coração? Está
vazio, sempre vazio, mas está aberto para receber continuamente vida e
dar vida? Para receber e ser fecundo? Ou será um coração mantido como um
objeto de museu que jamais estará aberto à vida e a dar a vida?”
Eu lhes sugiro, conclui o Papa, que olhem para este berço vazio e
digam: “Vem, Senhor, preencha este berço, encha o meu coração e leve-me a
dar vida, a ser fecundo”.
VATICAN NEWS
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