RV) Antes
da oração mariana do Angelus e dirigindo-se aos milhares de fiéis e
peregrinos reunidos da Praça de S. Pedro, o Papa Francisco, na sua
reflexão, falou do caminho do Advento que hoje iniciamos e que culminará
no Natal. O advento, disse o Papa, é o tempo que nos é dado para
acolhermos o Senhor que vem ao nosso encontro, para verificar o nosso
desejo de Deus, para olhar para frente e preparar-nos para o regresso de
Cristo:
“Ele retornará a nós na festa do Natal, quando faremos memória da sua
vinda histórica na humildade da condição humana; mas vem dentro de nós
toda as vezes que estamos dispostos a recebê-lo, e virá no fim dos
tempos para "julgar os vivos e os mortos".
Por isso, devemos estar sempre vigilantes e aguardar o Senhor com a
esperança de encontrá-lo, prosseguiu o Papa, observando que no Evangelho
Jesus nos exorta a acautelar-nos e vigiar porque não sabemos quando
será o momento, e que devemos vigiar e fazer que, vindo ele
inesperadamente, não nos encontre a dormir.
Quem é, então, a pessoa que se acautela? É aquela – ressaltou
Francisco - que, no barulho do mundo, não se deixa dominar pela
distracção ou superficialidade, mas vive de maneira plena e consciente,
com uma preocupação dirigida antes de tudo aos outros. Com esta atitude,
nos apercebemos das lágrimas e das necessidades do próximo e também
podemos compreender as suas capacidades e qualidades humanas e
espirituais. Igualmente, a pessoa atenta dirige-se ao mundo, procurando
combater a indiferença e a crueldade que nele estão presentes, e
alegrando-se com os tesouros de beleza que também existem e que devem
ser conservados, ressaltou o Pontífice:
“Trata-se de ter um olhar de compreensão para reconhecer tanto as
misérias e as pobrezas dos indivíduos e da sociedade, como a riqueza
escondida nas pequenas coisas de cada dia, precisamente lá onde o Senhor
nos colocou”.
Por outro lado, o vigilante é aquele que acolhe o convite para
vigiar, isto é, não se deixa vencer pelo sono do desânimo, a falta de
esperança, a desilusão; e, ao mesmo tempo, rejeita a solicitação das
muitas vaidades de que o mundo está cheio. Tal e qual o povo de Israel,
enfatizou o Santo Padre, que parecia que Deus o tinha deixado vaguear
longe das suas vias, mas isso era o efeito da sua própria infidelidade.
“Também nós nos encontramos muitas vezes nesta situação de
infidelidade ao chamamento do Senhor, enfatizou o Papa, pois Ele nos
mostra o bom caminho, o caminho da fé e do amor, mas nós buscamos do
outro lado a nossa felicidade”.
Prestar atenção e vigiar são, portanto, os pressupostos para não
continuar a "vaguear longe das vias do Senhor", perdidos nos nossos
pecados e nas nossas infidelidades – concluiu o Papa, invocando a Maria
Santíssima, modelo na espera de Deus e ícone da vigilância, para que nos
guie ao encontro do seu filho Jesus, reavivando o nosso amor por Ele.
Depois do Angelus, Francisco recordou a sua recente viagem ao Mianmar e Bangladesh:
“Queridos irmãos e irmãs, esta noite regressei da viagem apostólica a
Mianmar e Bangladesh. Agradeço a todos aqueles que me acompanharam com
oração, e convido a unir-vos na minha oração de acção de graças ao
Senhor, que me concedeu de encontrar aquelas populações, em particular
as comunidades católicas, e de ser edificado pelo seu testemunho. Está
impressa em mim a recordação de muitos rostos provados pela vida, mas
nobres e sorridentes. E trago-os a todos no coração e na oração. Muito
obrigado ao povo de Mianmar e ao povo de Bangladesh”.
O Papa Francisco também recordou de maneira particular, na sua
oração, o povo de Honduras, para que possa superar de maneira pacífica –
disse - o actual momento de dificuldade.
Em seguida o Papa dirigiu uma cordial saudação a todos, romanos e
peregrinos, presentes na Praça de S. Pedro, e saudou em particular os
fiéis vindos de Bratislava (Eslováquia) e a comunidade romena que vive
na Itália e que hoje celebra a festa nacional da Roménia.
E a todos Francisco desejou bom domingo pedindo, por favor, para que não nos esqueçamos de rezar por ele.
Bom almoço e até logo!
Sem comentários:
Enviar um comentário