Papa na Sala Paulo VI (Servizio Fotografico "Osservatore Romano") |
Proteger o trabalho, que seja justo. Custodiar a família, a língua e perdoar os maus exemplos, além de fazer “uma bela limpeza no coração neste Natal”, foram os conselhos de Francisco ao encontrar na Sala Paulo VI os funcionários do Vaticano, para os augúrios de Natal.
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Cidade do Vaticano
Papa Francisco, encontrando os funcionários do Vaticano por ocasião
das felicitações de Natal, fala com o coração, mas acima de tudo com
grande humildade e pede desculpas pelos “maus exemplos” também dentro da
Igreja e pelo trabalhar informal, irregular que ainda existe dentro da
Santa Sé.
Trabalho
“A primeira palavra que eu gostaria de lhes dizer - disse o Papa
falando de improviso na Sala Paulo VI - é trabalho. Mas não para dizer
trabalhem mais, e mais rápido. Não! É para agradecer-lhes!”.
“Mas também há no Vaticano, falando de trabalho, um problema: uma
senhora entre vocês apontando para um jovem disse: “Ajude os
trabalhadores precários”. Outro dia eu tive um encontro com o cardeal
Marx, que é o presidente do Conselho da Economia e eu disse: não quero
trabalho irregular no Vaticano”.
“Peço desculpas a vocês se isso ainda existe. Para mim, este é um
problema de consciência, porque não podemos pregar a doutrina social da
Igreja e depois ter situações de trabalho irregular. Isto nunca
mais!. Entende-se que é necessário testar uma pessoa, mas um ano, ou
dois, depois basta”.
“O trabalho é o caminho de santidade, de felicidade de vocês, de
seguir em frente. Hoje talvez a pior maldição que existe, é não ter
trabalho”. “O trabalho nos dá dignidade e a segurança do trabalho nos dá
dignidade”.
“Não quero dizer os nomes, mas nos jornais vocês os encontraram. Hoje
eu vi em dois jornais, duas empresas importantes, aqui na Itália, que
estão a risco, mas para salvar a empresa se deve “racionalizar” o
trabalho, ou seja, despedir 3-4.000 pessoas. É muito ruim porque assim
se perde a dignidade. E isso é um problema não só aqui no Vaticano, na
Itália, na Europa, mas é um problema mundial”.
Família
“A segunda palavra que gostaria de dizer é 'família” - disse o Papa -
assegurando que sofre ao saber quando uma família está em crise, “que
existem crianças que se angustiam, porque veem que a família é..., é um
problema!”.
O Papa recomendou então a estas famílias, para deixarem-se ajudar.
‘Por favor, salvar a família. Eu sei que não é fácil, há tantos
problemas em um matrimônio. Mas procurem pedir ajuda enquanto há tempo.
Enquanto há tempo. Proteger a família!”.
E, “nunca briguem diante das crianças, nunca!” - foi seu conselho -
pois as “crianças sofrem”. Se há dificuldades, "que ao menos as crianças
não sofram".
“A família é um grande tesouro, porque Deus nos criou família. A
imagem de Deus é o matrimônio, homem e mulher, fecundos,
“multiplicai-vos”, façam filhos, sigam em frente”.
As fofocas
A terceira palavra que me vem em mente – “talvez alguém possa ter a
vontade de dizer: ‘Mas acabe com isto!’”: as fofocas, uma palavra
recorrente.
“Talvez eu me engane, no Vaticano não se faz fofoca...talvez, não sei”.
Alguém me disse certa vez depois de eu falar sobre as fofocas em uma
Missa: “Mas padre, se não se fofoca no Vaticano se fica isolados!”.
Eh...pesado, hein?!”. É como uma bomba – recordou. “Não façam
terrorismo!” - pediu - “mordam a língua”.
Perdão
A quarta palavra é o perdão. O Pontífice pediu desculpas aos
funcionários do Vaticano pelos “maus exemplos da fauna clerical, nós
[sorri]”: “perdão e desculpas porque nem sempre damos um bom exemplo. Na
vida há erros, pecados, injustiças que também nós clérigos cometemos.
Às vezes, tratamos mal as pessoas, somos um pouco “neuróticos”.
Perdão por todos esses exemplos não bons. Eu também devo pedir perdão”,
disse Francisco.
Felicitações de Natal
A última palavra é o augúrio de Natal: “Feliz Natal, no coração, na
família e também na consciência. Não tenham medo, também vocês, de pedir
perdão se a consciência acusa de alguma coisa. Procurem um bom
confessor e façam uma boa limpeza, hein!”.
“Dizem que o melhor confessor é o padre surdo. Não te faz passar
vergonha! Mas mesmo não sendo surdo, existem tantos misericordiosos,
tantos! Que te escutam e te perdoam. Vai em frente. O Natal é uma boa
oportunidade para se fazer as pazes também dentro de nós. Todos somos
pecadores, hein! Todos! Ontem, eu fiz minha confissão de Natal. Veio o
confessor…e me fez bem, todos devemos confessar-nos”.
E não esqueçamos – disse Francisco ao concluir – os doentes que
talvez existam em nossas famílias, que sofrem: “enviar uma bênção também
a eles”.
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Veja um trecho do discurso do Papa Francisco
VATICAN NEWS
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