à cidade e ao mundo a bênção Urbi et Orbi
Na sua mensagem de Natal, o Papa Francisco mencionou uma série de situações da atualidade, em que podemos identificar Jesus.
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Cristiane Murray – Cidade do Vaticano
Dia de Natal, tradição mantida no Vaticano: da sacada central da Basílica de São Pedro, o Papa Francisco pronunciou na manhã desta segunda-feira (25/12) a sua mensagem de Natal e concedeu à cidade e ao mundo a benção Urbi et Orbi.
Ao seu lado, os Cardeais, Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, e Prosper Grech,
O.S.A., Consultor da Congregação para a Doutrina da Fé, que proferiram a
fórmula da indulgência plenária com as condições definidas pelo direito
canónico.
O amor de Deus e a comoção pelo dom de seu Filho
“Jesus nasceu por um dom de amor de Deus Pai, que ‘tanto amou o
mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigênito’ e isto nos enche de
comoção porque é demasiado grande a ternura do nosso Pai”, iniciou o
Papa dirigindo-se à multidão que desde as primeiras horas da manhã tomou
a Praça São Pedro.
“Hoje, enquanto sopram no mundo ventos de guerra e um modelo de
progresso já ultrapassado continua a produzir degradação humana, social e
ambiental, o Natal lembra-nos o sinal do Menino, convidando-nos a
reconhecê-Lo no rosto das crianças, especialmente daquelas para as
quais, como aconteceu a Jesus, ‘não há lugar na hospedaria’”.
Reconhecer Jesus na realidade de hoje: MédioOtiente, Ásia e África
O Papa listou uma série de situações da atualidade, em que podemos identificar Jesus:
“Vemos Jesus nas crianças do Médio Oriente, que continuam a sofrer
pelo agravamento das tensões entre israelitass e palestinos”; disse,
pedindo orações pelo diálogo que conduza à coexistência pacífica de dois
Estados dentro de fronteiras mutuamente concordadas e
internacionalmente reconhecidas.
“Vemos Jesus no rosto das crianças sírias, ainda feridas pela guerra
que ensanguentou o país nestes anos; nas crianças do Iraque, ainda
contuso e dividido pelas hostilidades que o afetaram nos últimos quinze
anos; e nas crianças do Iêmen, onde perdura um conflito em grande parte
esquecido, mas com profundas implicações humanitárias sobre a população
que padece a fome e a propagação de doenças”.
“Vemos Jesus nas crianças da África, sobretudo nas que sofrem no
Sudão do Sul, na Somália, no Burundi, na República Democrática do Congo,
na República Centro-Africana e na Nigéria. Vemos Jesus nas crianças de
todo o mundo, onde a paz e a segurança se encontram ameaçadas pelo
perigo de tensões e novos conflitos”.
Coreia, Venezuela, Ucrânia
Foram também mencionadas as situações conflituosas na península
coreana, na Venezuela, e as violências na Ucrânia. E as crianças
vítimas de realidades sociais difíceis:
A infância subtraída
“Vemos Jesus nas crianças cujos pais não têm emprego e naquelas cuja
infância foi roubada, obrigadas a trabalhar desde tenra idade ou
alistadas como soldados por mercenários sem escrúpulos; vemos Jesus nas
inúmeras crianças forçadas a deixar o seu país, viajando sozinhas em
condições desumanas, presa fácil dos traficantes de seres humanos”.
Direito de dignidadedas minorias
Francisco chamou ainda a atenção para o drama dos migrantes que
colocam a vida em risco, enfrentando viagens extenuantes que por vezes
acabam em tragédia, e voltou com o pensamento à sua recente viagem a
Mianmar e Bangladesh:
“Espero que a Comunidade Internacional não cesse de trabalhar para
que seja adequadamente tutelada a dignidade das minorias presentes na
região. Jesus conhece bem a tribulação de não ser acolhido e a
dificuldade de não ter um lugar onde poder reclinar a cabeça".
E antes de conceder a bênção apostólica, dirigiu um pedido final:
“Como a Virgem Maria e São José, como os pastores de Belém, acolhamos
no Menino Jesus o amor de Deus feito homem por nós e comprometamo-nos,
com a sua graça, a tornar o nosso mundo mais humano e mais digno das
crianças de hoje e de amanhã”.
Bom Natal a cada um de nós
Antes de se despedir, Francisco enviou seus votos de Boas Festas a
todos os irmãos e irmãs na Praça e àqueles unidos nos vários países
através do rádio, televisão e outros meios de comunicação.
“Que o nascimento de Cristo Salvador renove os corações, suscite o
desejo de construir um futuro mais fraterno e solidário, conceda alegria
e esperança a todos. Feliz Natal!”.
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