27 junho, 2016

P. Federico Lombardi: balanço da viagem do Papa à Arménia




(RV) Ao concluir a viagem apostólica à Arménia do Papa Francisco, o Padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, fez, aos microfones da Rádio Vaticano, um balanço desta décima quarta viagem apostólica de Francisco, dizendo os seguinte:

«Esta viagem teve três aspectos fundamentais que realmente foram todos coroados  de grande sucesso, se assim podemos dizer: o encontro do Papa com o povo arménio que apreciou muitíssimo a proximidade do Papa, a compreensão da sua História e da sua tradição cristã. Alguns momentos fundamentais – o encontro no Palácio presidencial e depois sobretudo a grande oração ecuménica na Praça de Yerevan, que foi realmente uma coisa absolutamente excepcional, pois que, uma manifestação religiosa, de oração num lugar público com todos os representantes também da Nação, acredito que nunca se tinha assistido a algo do género. Depois o aspeto ecuménico e portanto o acolhimento do Catholicós da Igreja apostólica arménia que foi maravilhosa. O Papa habitou na casa do Catholicós durante três dias e portanto foi realmente um momento de encontro muito profundo e sincero. Houve também momentos específicos de oração conjunta seja durante a visita à Catedral de S. Gregório o Iluminador, logo à chegada, seja depois durante a celebração da grande Divina Liturgia, durante a qual, vimos todo o esplendor desta liturgia oriental, a sua espiritualidade profunda, o seu profundo sentido de adoração do mistério eucarístico e portanto um verdadeiro gosto ritual para todos aqueles que estavam à altura de entender o significado dos cantos, das palavras e dos ritos.

E depois houve também, na conclusão da viagem, esta Declaração conjunta que, grosso modo, sigilou mediante um documento, estes três dias da visita apostólica. Também o tom dos discursos pronunciados, em particular pelo Papa, foram de grandíssimo encorajamento ao ecumenismo, ao diálogo e à união das intenções e a proceder também rumo a unidade eucarística. Portanto direi que é um passo importante no caminho ecuménico com esta Igreja oriental, um passo muito significativo, pois que, práticamente, se identifica com a Nação Arménia. E também o encorajamento  aos católicos arménios que pertencem à uma comunidade relativamente pequena, mas muito viva e bem inserida na vida do país e que sentiram a presença do Pastor Universal e portanto tiveram a oportunidade também de ter a sua visibilidade durante a santa Missa celebrada na Praça a Gyumri: puderam mostrar ao Papa a sua atividade de prática da caridade. Foi portanto uma grande festa, realmente, também para os católicos arménios, seja para aqueles que estão presentes no território da histórica pátria da Arménia, seja para aqueles que estão na diáspora, que se sentem porém muito ligados à origem da sua Pátria natal. Tantos arménios, de fato, tinham vindo de diversas partes do mundo para esta ocasião, sejam eles membros da Igreja apostólica, seja também da Igreja Católica; estavam presentes também todos os bispos católicos, por exemplo, a concelebrar com o Papa.

Diria por conseguinte que todos estes aspetos foram plenamente atingidos e podemos também dizer que a presença do Papa aqui, como sempre, quis ser uma mensagem de paz para a região, esperando que isto seja entendido e apreciado».

Neste sentido, o fato que o Papa tenha usado a palavra “genocídio” causou uma onda de reacções: falou-se até de “mentalidade das cruzadas”, por parte de elementos da Turquia.

«O que importa é a verdade das intenções do Papa, que certamente não tinha intenções de provocar nenhuma guerra de religião, mas simplesmente de colocar as premissas para uma futura plataforma de reconhecimento dos sofrimentos do passado para que, no futuro, estes sofrimentos ou falta de respeito para com a vida e para com os direitos dos outros não aconteçam nunca mais. Esta é a intenção do Papa e nós nos atemos a ela».

Sem comentários:

Enviar um comentário