(RV) O Santo Padre
recebeu, no final desta manhã de sexta-feira (17/06), na Sala
Clementina do Vaticano, 85 participantes na Assembleia do Pontifício
Conselho para os Leigos, entre os quais Dom Orani João Tempesta,
Cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro.
No seu discurso o Papa recordou que o “Pontifício Conselho para os
Leigos” será incorporado no Pontifício Conselho para a Família, em
conexão com a Academia para a Vida.
Na primeira parte do seu pronunciamento, Francisco fez uma
retrospectiva das actividades do Pontifício Conselho para os Leigos,
desde a sua instituição, há quase 50 anos, por obra do bem-aventurado
Paulo VI que, na época (1976), não hesitou em definir o organismo da
Santa Sé “um dos melhores frutos do Concílio Vaticano II”, cujo
objectivo era a coordenação, estudo e consulta para “estimular os leigos
a tomar parte activa da vida e da missão da Igreja”.
Desta forma, o Papa agradeceu ao Senhor pelos abundantes frutos deste
organismo Vaticano que, em todos estes anos, suscitou o nascimento de
tantas associações laicais, movimentos e comunidades de índole
missionária.
Em modo particular, o Santo Padre destacou o crescente papel e
presença da mulher na Igreja, como também a criação das Jornadas
Mundiais da Juventude, gesto providencial de São João Paulo II,
instrumento de evangelização das novas gerações, mantido com particular
carinho pelo Pontifício Conselho para os Leigos. E recordou:
“O mandato que receberam do Concílio era exactamente o de ‘impelir’
os fiéis leigos a se engajar, cada vez mais e melhor, na missão
salvífica e evangelizadora da Igreja. Com o Baptismo e a Confirmação o
fiel leigo se torna discípulo missionário do Senhor, sal da terra, luz
do mundo e fermento que transforma a sociedade”.
Com efeito, nesta Assembleia do Pontifício Conselho para os Leigos,
foram recordados todos aqueles que se dedicaram, com paixão e empenho, à
promoção da vida e do apostolado dos leigos ao longo destes quase 50
anos. À luz deste caminho percorrido, o Papa encorajou os presentes a
olhar novamente o futuro com esperança, pois muito ainda deve ser feito,
diante dos novos desafios:
“Convido-vos a acolher esta Reforma da Cúria Romana, que vos
envolverá, como sinal de estima e valorização do vosso trabalho, na
vocação e missão dos leigos no seio da Igreja. O novo Organismo terá
como ‘leme’ prosseguir na sua navegação, tendo como campos privilegiados
a família e a defesa da vida. Sobretudo neste Ano Jubilar, a Igreja é
chamada a ser ‘casa paterna’, comunidade evangelizadora.”
Neste sentido, o Papa Francisco propôs, como horizonte de referência
para o imediato futuro, o seguinte binómio: “Igreja em saída” e “laicado
em saída”, lançando o olhar para os que se encontram ‘distantes’ do
nosso mundo, às tantas famílias em dificuldade e necessitadas de
misericórdia, aos campos de apostolado ainda inexplorados, e aos
numerosos leigos, que devem ser envolvidos e valorizados pelas
instituições eclesiais.
O Santo Padre concluiu o seu discurso dizendo que “precisamos de
leigos bem formados, animados pela fé cristã, que “sujem suas mãos” e
não tenham medo de errar, mas que prossigam adiante. Precisamos de
leigos com visão do futuro e não fechados nas pequenezas da vida, mas
experientes e com novas visões apostólicas”. (BS/MT)
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