(RV) Quarta-feira,
22 de junho – na audiência geral na Praça de S. Pedro o Papa Francisco
afirmou na sua catequese que tocar o pobre é tocar o corpo de Cristo. O
Santo Padre sublinhou que tocar o pobre pode purificar da hipocrisia e
tornar-nos inquietos pela sua condição.
Evangelho de S. Lucas, capítulo 5 – é deste endereço bíblico que
Francisco parte para uma catequese plena de intensidade humana: um
leproso dirige-se a Jesus e pede para ser purificado. Este homem vivia
excluído – disse o Papa – mas não se resignava com a sua doença, nem com
as normas sociais que faziam dele um excluído. Ele devia manter-se
separado e longe de todos.
No entanto, este homem viola aquelas normas – observou o Santo Padre –
entra na cidade e aproxima-se de Jesus. Na sua súplica, o leproso
mostra-se certo de que Jesus tem poder para curá-lo; tudo depende da
vontade d’Ele. “Senhor, se quiseres, podes purificar-me!” – esta é a
súplica do leproso. Jesus toca-o e diz-lhe: “Quero, fica purificado!”
“A súplica do leproso mostra que quando nos apresentamos a Jesus não é
necessário fazer longos discursos. Bastam poucas palavras, acompanhadas
da plena confiança na sua omnipotência e na sua bondade. Confiarmo-nos à
vontade de Deus significa, com efeito, submetermo-nos à sua infinita
misericórdia.”
Neste momento da catequese o Papa Francisco cometeu uma pequena
inconfidência e disse que, ele próprio, todas as noites, faz esta
pequena oração: “Senhor se quiseres, podes purificar-me”, acompanhada
por cinco Pai-Nossos por cada uma das chagas de Jesus.
Nesta passagem do Evangelho Jesus fica bastante impressionado com
este leproso – assinalou o Santo Padre que referiu ainda que o texto de
S. Marcos sublinha que Jesus “teve compaixão, estendeu-lhe a mão e
tocou-o”. O gesto de Jesus vai contra as disposições da Lei de Moisés
que proibia a aproximação aos leprosos. Mas o Senhor toca aquele leproso
– disse Francisco que se interrogou se os cristãos, quando encontram um
pobre e dão esmola, lhe tocam a mão:
“Quantas vezes encontramos um pobre que se aproxima de nós. Podemos
até ser generosos, podemos até ter compaixão, mas habitualmente não o
tocamos. Oferecemos-lhe a moeda, mas evitamos tocar-lhe a mão. E
esquecemo-nos de que aquele é o corpo de Cristo! Jesus ensina-nos a não
ter medo de tocar o pobre e o excluído, porque naquela pessoa está Ele
próprio. Tocar o pobre pode purificar-nos da hipocrisia e tornar-nos
inquietos pela sua condição.”
O Santo Padre referiu ainda na sua catequese o facto de junto de si
nesta audiência estarem refugiados africanos. “São nossos irmãos” –
disse o Papa assinalando os valores do acolhimento e da inclusão.
Nas saudações aos fiéis presentes na Praça de S. Pedro, o Santo Padre dirigiu-se também aos peregrinos de língua portuguesa:
“Queridos amigos de língua portuguesa, que hoje tomais parte neste
Encontro, obrigado pela vossa presença e sobretudo pelas vossas orações!
A todos saúdo, especialmente aos membros da Comunidade brasileira Doce
Mãe de Deus e ao grupo de Escuteiros de Leiria, encorajo-vos a apostar
em ideais grandes de serviço, que engrandecem o coração e tornam
fecundos os vossos talentos. Sobre vós e vossas famílias desça a Bênção
do Senhor!”
O Papa Francisco a todos deu a sua bênção!
(RS)
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