(RV) Aos milhares de
fiéis reunidos na Praça de São Pedro para a oração mariana do Angelus o
Papa Francisco recordou antes de tudo que se celebra em muitos países,
incluindo a Itália, a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo,
ou de Corpus Christi,como muitas vezes se diz, e comentou o Evangelho
de Marco em que se apresenta o relato da instituição da Eucaristia,
realizada por Jesus na Última Ceia, no Cenáculo em Jerusalém. Na véspera
da sua morte redentora na cruz, continuou o Papa, Ele realizou o que
tinha predito: "Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer
deste pão viverá para sempre; e o pão que eu hei-de dar é a minha carne
para a vida do mundo ... Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em mim e eu nele". Jesus toma o pão em suas mãos e diz:
"Tomai, isto é o meu corpo" , diz ainda o Papa e acrescenta:
“Com este gesto, e com estas palavras, Ele dá ao pão uma função que
já não a de simples alimento físico, mas a função de tornar presente a
sua Pessoa no meio da comunidade dos crentes”
A Última Ceia representa o ponto de chegada de toda a vida de Cristo,
disse ainda o Papa, reiterando que não é apenas a antecipação do seu
sacrifício na cruz, mas também a síntese de uma existência oferecida
pela salvação de toda a humanidade:
“Portanto, não basta afirmar que na Eucaristia está presente Jesus,
mas é preciso ver nela a presença de uma vida doada e nela tomar parte.
Quando tomamos e comemos aquele pão, nós somos associados com a vida de
Jesus, entramos em comunhão com Ele, nos empenhamos a realizar a
comunhão entre nós, a transformar a nossa vida em dom, sobretudo aos
mais pobres”
E o Papa continuou dizendo que a festa de hoje evoca esta mensagem de
solidariedade e nos impele a acolher o íntimo convite à conversão, ao
amor e ao perdão, e nos estimula a nos tornarmos, com a vida, imitadores
daquilo que celebramos na liturgia:
“O Cristo que nos alimenta sob as espécies consagradas do pão e do
vinho é o mesmo que vem ao nosso encontro nos acontecimentos de cada
dia, está no pobre que estende a mão, está no sofredor que pede ajuda,
está no irmão que implora a nossa disponibilidade e espera o nosso
acolhimento. Está em cada ser humano, mesmo o mais pequeno e indefesa”
E o Papa prosseguiu a sua reflexão dizendo que a Eucaristia, fonte de
amor para a vida da Igreja, é de caridade e solidariedade, e quem come o
Pão de Cristo não pode ficar indiferente perante aqueles que não têm
pão de cada dia, sublinhando que um problema sempre mais grave, apesar
dos esforços da comunidade internacional e de muitas organizações, e que
se devem, portanto, encontrar propostas e projectos concretos para
resolver as suas causas estruturais.
E concluiu com o auspício de que a festa do Corpus Christi inspire e
alimente cada vez mais em nós o desejo e o empenho por uma sociedade
acolhedora e solidária, colocando este desejo junto do coração da Virgem
Maria, Mulher eucarística, para que desperte em todos a alegria de
participar na Missa, sobretudo nos domingos, e a alegre coragem de
testemunhar a infinita caridade de Cristo.
Após a oração do Angelus o Papa falou da sua vista apostólica de
ontem à Bosnia e Erzegovina, agradeceu à todo o povo, aos fiés e as
autoridades civis e religiosas do país pela calorosa hospitalidade.
Recordou que na próxima sexta feira se celebra o dia mundial contra o
trabalho infantil salientando que ainda hoje existem milhares de
crianças que vivem privadas da liberdade de brincar e de ir à escola.
Por fim saudou os fiéis e peregrinos presentes na Praça de S. Pedro e a
todos deu a sua bênção pedindo que continuassem a rezar por ele.
Sem comentários:
Enviar um comentário