(RV) “Tendo vindo a
Turim, não podia deixar de fazer uma paragem nesta Casa”. – Foi com
estas palavras que o Papa Francisco se dirigiu aos doentes e pessoas com
deficiência no chamado Cottolengo, a “Pequena Casa da Divina
Misericórdia” fundada há quase dois séculos por São Giuseppe Benedetto
Cottolengo. “Inspirado pelo amor misericordioso de Deus Pai e confiando
totalmente na sua Providencia – disse o Papa – ele acolheu pessoas
pobres, abandonadas e doentes que não podiam ser acolhidas nos hospitais
de então”.
O Papa comparou essa situação à de hoje , em que, infelizmente –
frisou - não obstante os passos dados, persiste ainda a cultura do
descarte de pobres e indigentes, consequência “de uma crise
antropológica que não põe a pessoa no centro, mas sim o consumo e os
interesses económicos”.
Perante os numerosos anciãos que vivem no Cottolengo, O Papa indicou
os idosos como uma das vítimas dessa cultura do descarte, uma
mentalidade – disse - “que não faz bem à sociedade”. “È nosso dever
desenvolver anticorpos a esta forma de considerar os anciãos, ou as
pessoas com deficiências, como se já não fossem vidas dignas de viver”.
Mas, “com quão ternura o Cotolengo amou estas pessoas!” – exclamou o
Papa, acrescentando: “ aqui podemos aprender a ter um outro olhar sobre a
vida e sobre a pessoa humana!”.
O Papa convidou depois a aprender do Cottolengo o modo como ele
aplicou na prática a caridade de Cristo, fazendo com que pobres e
doentes pudessem ter uma “casa”, viver como que em família, sentir-se
pertencentes à comunidade e não excluídos e tolerados. Giuseppe
Benedetto Cottolengo não ficou, portanto, indiferente e surdo à página
evangélica do juízo final e ao apelo de Jesus à caridade – fez notar o
Papa.
Dirigindo-se depois, directamente aos doentes, o Papa disse-lhes que
são membros preciosos da Igreja, carne de Cristo crucifixo “que temos a
honra de tocar e de servir com amor. Com a graça de Jesus vós podeis ser
testemunhos e apóstolos da divina misericórdia que salva o mundo.
Olhando para Cristo cruxifixo, cheio de amor para nós, e com a ajuda de
quantos cuidam de vós, encontrais força e consolação para carregar, dia
por dia, a vossa cruz”.
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