(RV) Por
ocasião do Bicentenário do nascimento de Dom Bosco, na tarde deste
domingo 21 de junho, o Papa Francisco teve encontro com os Salesianos e
as Filhas de Maria Auxiliadora, na Basílica de Maria Auxiliadora em
Turim. No âmbito deste encontro apresentamos uma entrevista com Dom
Ángel Fernández Artime, Reitor Maior dos Salesianos.
Para nós, Salesianos de Dom Bosco e da Família Salesiana, é antes de
tudo uma grande homenagem que o Papa Francisco nos faz. Estamos
realmente muito agradecidos por isso, por esta grande sensibilidade e
amor; mas também por aquilo que o Espírito fez em Don Bosco. Ao mesmo
tempo, portanto, dizemos realmente obrigado ao Papa Francisco, porque
para nós esta não é apenas uma visita de cortesia: a presença do Papa é
uma palavra da mais alta autoridade, de grande autoridade e é um
incentivo para sermos cada vez mais fiéis ao Senhor Jesus, ao Espírito e
ao carisma que recebemos. Acreditamos que este é um momento para
crescer, um convite para crescermos, ao qual acredito, sem dúvida, o
Papa Francisco nos chama.
Que elementos do Magistério do Papa Francisco sentis mais próximos, como Salesianos?
Eu creio que toda a Igreja sente muito próximo este Magistério do
Papa: é assim tão prático, percebe-se tão bem ... Nós - e isto ficou
claro desde o início do seu Pontificado, quando o Papa Francisco,
falando a toda a Igreja, a convidou a ir realmente às periferias - este
tema das "periferias" o sentimos muito próximo. Eu tenho dito muitas
vezes aos meus Confrades e à Família Salesiana: "Queridos irmãos, o que
tem sido Valdocco se não uma periferia de Turim nos tempos de Dom
Bosco?". Isto realmente nos fala do nosso dever irmos sempre aos jovens
e, entre estes, aos mais pobres. Em segundo lugar, esta palavra
universal de uma Igreja em saída. Para nós é a mesma coisa. Eu sempre
digo aos meus irmãos: "Não é suficiente - embora seja muito importante -
ter as portas das nossas casas salesianas abertas a todos. Isto é
certamente bonito, mas somos nós que devemos ir procurar os que estão
distantes e aqueles que se sentem mais distantes. Esta é uma segunda
realidade muito querida para nós. Em terceiro lugar: a realidade de uma
Igreja pobre que para nós significa ser uma congregação para os pobres.
Também esta é uma palavra que eu digo e repito para os meus confrades.
Mas sobretudo a evangelização: nós somos uma família religiosa para
evangelizar. Nunca devemos esquecer que esta é a nossa primeira tarefa.
Dom Ángel, como estais a viver este Bicentenário? Que actualidade tem hoje o carisma de Dom Bosco?
Estamos realmente a vivê-lo como um ano de graça do Senhor. Temos
feito tantas coisas para procurar não celebrá-lo de forma vazia, mas
para celebrá-lo na oração e na escuta do que o Senhor nos diz hoje. E
tudo o que fizemos foi sempre olhando para os jovens e os mais
necessitados. Esta é a primeira coisa. Em segundo lugar, eu creio
realmente - e isto eu ouvi nas minhas viagens pelo mundo - este ano fui a
25 países, dos 132 em que estamos presentes - que Dom Bosco é um
verdadeiro dom do Espírito a toda a Igreja e a mundo. Dom Bosco tem
realmente uma grande actualidade. Mas em que sentido? Levar os jovens a
Deus, levar os jovens perto de Jesus. Esta tarefa para nós não muda,
porque é a realidade que foi para Dom Bosco, para Madre Mazzarello e
para todos os que nos precederam; mas devo dizer também porque Dom Bosco
sempre procurou estar muito próximo ao coração dos jovens, que é sempre
o mesmo: há 150 anos, 100 anos e hoje. Isto quer dizer que quando um
jovem vê – da sua própria experiência - que é amado, que aquela pessoa é
realmente um educador-educadora, um amigo-amiga, um irmão-irmã, o jovem
diz: "Aqui eu me sinto bem! Aqui me sinto em casa! ". O coração do
jovem é aberto, é aberto a uma bela relação, uma relação educativa, é
aberto a Deus. Este é Dom Bosco ainda hoje. (BS)
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