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(RV) Ao fim da manhã
desta segunda-feira o Papa Francisco recebeu em audiência, na Sala
Clementina do Vaticano, uma delegação de representantes da Igreja
checoslovaca hussita e da Igreja Evangélica dos Irmãos Checos, vindos a
Roma para celebrar uma liturgia da reconciliação por ocasião dos 600
anos da morte do reformador Jan Hus
No seu discurso o Papa salientou que o
encontro era uma oportunidade para renovar e aprofundar as relações
entre as nossas comunidades e para promover um conhecimento recíproco
sempre maior e uma factiva colaboração, rumo à unidade desejada pelo
Senhor. Muitas disputas do passado pedem para ser revisitadas à luz do
novo contexto em que vivemos, disse ainda o Papa, sublinhando que serão
alcançados acordos e convergências se enfrentarmos as tradicionais
questões conflituais com um olhar novo e que, sobretudo, não podemos
esquecer que a profissão de fé partilhada em Deus Pai, no Filho e no
Espírito Santo, na qual fomos baptizados, já nos une em vínculos de
autêntica fraternidade.
Em seguida Francisco salientou a
importância de continuar o estudo sobre a pessoa e a obra de Jan Hus,
ilustre pregador e reitor da Universidade de Praga tragicamente morto há
seis séculos, e que há muito tem sido objecto de discórdia entre os
cristãos, enquanto que hoje se tornou motivo para o diálogo. Esta
pesquisa, conduzida sem condicionamentos ideológicos, será um importante
serviço à verdade histórica, para todos os cristãos e toda a sociedade,
mesmo para além das fronteiras da própria nação, disse o Papa
reiterando que a exigência, hoje, de uma nova evangelização de tantos
homens e mulheres que parecem indiferentes ao Evangelho, torna
improrrogável o dever de renovação das estruturas eclesiais, de modo a
favorecer a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a
sua amizade.
E a comunhão visível entre os
cristãos tornará certamente mais credível o anúncio – disse o Papa a
concluir – auspicando uma contínua conversão de todos para juntos
progredirmos no caminho da reconciliação e da paz, e desenvolvendo
relações de amizade, mesmo a nível das comunidades locais e paroquiais.
Deus, rico em misericórdia, nos conceda a graça de nos reconhecermos
todos pecadores e sabermos perdoar uns aos outros – concluiu o Papa
Francisco. (BS)
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