(RV) Foi
apresentado nesta terça-feira dia 23 de junho, o Instrumentum Laboris
para o Sínodo dos Bispos sobre a Família de outubro próximo. Os cardeais
Erdo e Baldisseri e o arcebispo Bruno Forte falaram na conferência de
imprensa
Foi apresentado nesta terça-feira dia 23 de junho, na Sala de
Imprensa da Santa Sé o Instrumentum Laboris para o Sínodo dos Bispos
sobre a Família de outubro próximo.
O documento de trabalho reporta à Relatio Synodi – texto conclusivo
do Sínodo Extraordinário do passado ano de 2014 – e integra os
contributos provenientes das respostas ao questionário que foi proposto
às dioceses.
O documento está dividido em três partes: a escuta dos desafios sobre
a família, o discernimento da vocação familiar e a missão da família
hoje.
Sobre eles expressaram-se em conferência de imprensa o Cardeal Peter
Erdo, Arcebispo de Budapeste e Relator Geral da XIV Assembleia Geral
Ordinária do Sinodo dos Bispos, o Cardeal Lorenzo Baldisseri,
Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos e o Arcebispo Bruno Forte de
Chieti-Vasto em Itália e Secretário-Especial da Assembleia do Sínodo.
O Cardeal Baldisseri referiu que se trata de um documento que reflete
a perceção e as expectativas da toda a Igreja sobre o tema crucial da
família, integrando as “diversas sensibilidades culturais e
geográficas”. O documento de trabalho sublinha a centralidade da família
na construção da sociedade, a sua vocação para a vida e para a missão,
na transmissão da fé e no testemunho.
Duas linhas essenciais de perguntas apresentadas pelos jornalistas:
uniões gay e divorciados recasados. Em relação à primeira temática
destacamos a resposta dada pelo Cardeal Peter Erdo a propósito da
atenção pastoral para com a problemática homossexual:
“Atenção pastoral e reconhecimento do matrimonio gay são duas coisas
diferentes e isto resulta do documento final da passada assembleia
sinodal, onde a este propósito há uma passagem que cita os documentos
precedentes da Igreja Católica. Portanto, também neste contexto do
Instrumentum Laboris entende-se isto sob a expressão ‘atenção pastoral’”
– referiu o Cardeal Erdo.
Entretanto, em relação aos divorciados recasados, o arcebispo Bruno
Forte sublinhou a proposta de um acompanhamento pastoral especificamente
ligado à capacidade de discernimento, recusando um discurso simplista
de comunhão sim ou não, mas um processo em que uma pessoa se sinta
protagonista da vida eclesial:
“… deve ser uma consciência retamente formada, ou seja, não pode ser
uma consciência que acha bem apenas aquilo que gosta ou é cómodo: deve
confrontar-se com o valor. Creio que é um processo aberto para que se
necessita discernir em conjunto.”
Sobre a organização dos trabalhos sinodais o Cardeal Baldisseri
informou que será seguida uma linha dinâmica evitando as longas séries
de intervenções e que serão valorizados os Círculos Menores, ou seja o
trabalho em pequenos grupos, que serão distribuídos no tempo e não todos
ao mesmo tempo.
Sobre a informação e comunicação, o Cardeal Baldisseri reafirmou que
os padres sinodais são chamados a expressarem-se com parresia porque o
Sínodo é um espaço onde pode agir o Espírito Santo. Os padres sinodais
poderão comunicar livremente com os órgãos de comunicação social.
A Assembleia sinodal será de 4 a 25 de outubro sobre o tema “A
vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. (RS)
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