29 junho, 2015

Cardeal Turkson fala de ambiente na ONU e recorda "Laudato Si"



(RV) O Cardeal Peter Turkson, Presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, interveio nesta segunda-feira numa reunião de alto nível nas Nações Unidas, em Nova Iorque, sobre as mudanças climáticas.

Transmitindo as saudações do Papa, o Cardeal exprimiu o desejo de um debate honesto que leve à tomada de importantes decisões, esperadas pela humanidade.

Recordou que mais de duas décadas depois da Cimeira acerca da Terra, no Rio de Janeiro, em 1992, o Papa Francisco publicou a encíclica “Laudato Sí” em que sublinha o facto de a pobreza e a fragilidade do Planeta estarem intimamente ligadas. Por isso, encoraja os governos do mundo inteiro a terem um olhar integral sobre a questão da ecologia - abordagem necessária para um desenvolvimento inclusivo de todos e para a  protecção do Planeta Terra.

O Cardeal Turkson chamou depois a atenção para o facto de as mudanças climáticas serem um problema global com graves consequências; de o clima ser um bem comum, em relação ao qual deve prevalecer a prudência, a precaução e a mudança de estilo de vida, de produção e de consumo, para que esse bem possa ser preservado.

Daí a urgência de desenvolver políticas para que, daqui a poucos anos, se reduza drasticamente a emissão de dióxido de carbónio e de gases para a atmosfera, e para que as fontes de energia poluidoras sejam substituídas progressivamente por energias renováveis.

Ultrapassar a pobreza e reduzir a degradação ambiental requer uma séria revisão do modelo dominante de desenvolvimento, de produção, de comercio e de consumo - sublinhou o Cardeal, frisando, porém, que o maior desafio não é tanto científico e tecnológico quanto de mente e coração. Uma abordagem mais responsável a nível global é necessária para enfrentar ambos os problemas: a redução da poluição e o desenvolvimento das regiões e países pobres.

Essa corajosa revisão e reforma políticas só acontecerá “se acatarmos o apelo para procurar outras vias de compreensão da economia e do progresso”. “A dimensão política tem de restabelecer o controlo democrático sobre a economia e as finanças, algo que está acima das escolhas básicas das sociedades humanas – concluiu o Cardeal Turkson.
(DA)

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