(RV) O Papa deteve-se
hoje, na Aula Paulo VI, com cerca de 7 mil crianças e adolescentes das
Escolas italianas, que participam numa actividade promovida pela chamada
“Fabrica da Paz” , um projecto educativo de iniciativa homónia Fundação
e que envolve pais, educadores, o Ministério da Educação e a
Conferência Episcopal Italiana.
O Papa falou com elas de forma coloquial, respondendo directamente às
suas numerosas perguntas relacionadas com a construção da paz no mundo.
No fim entregou-lhe o discurso que tinha preparado.
Nele, o Papa agradece o convite a
trabalhar com eles na “Fábrica da Paz” porque – disse - é um lugar
“onde se constrói uma sociedade sem injustiças e violências, em que cada
criança e adolescente possa ser acolhido e crescer no amor”.
O Papa continuou dizendo que há “tanta necessidade de fábricas da paz, porque infelizmente, fábricas de guerra não faltam!” .
Explicando que a guerra é fruto do ódio e da prevaricação sobre os
outros, o Papa encorajou a contrastá-la com a difusão da cultura da
inclusão, da reconciliação, do encontro.
Francisco definiu este projecto, que envolve crianças de várias
origens e religiões, “um belo caminho que requer coragem e esforço, a
fim de que todos compreendam a necessidade de uma mudança de mentalidade
para garantir segurança a todas as crianças do Planeta, especialmente
as que vivem em zonas de guerra e persecução”.
E tendo em conta as perguntas que lhe foram dirigidas, o Papa deu
algumas sugestões para trabalharem melhor na construção da paz.
Antes de mais – disse Francisco – fábrica indica algo que é preciso
construir com sabedoria e tenacidade. Mas construir a paz requer antes
de mais começar pelo nosso mundo, pelo nosso ambiente e com as pessoas
que vivem ao nosso lado: família, educadores, amigos, na escola, no
ginásio, no oratório e assim por diante… Aos adultos toca ajudar as
crianças, mas às crianças o Papa recomendou que nunca desistam, mesmo
perante dificuldades. O verdadeiro construtor da paz é aquele que faz o
primeiro passo em direcção ao outro, que sabe pedir desculpas, o que não
é fraqueza, mas uma força de paz…
“Como é que podem terminar as guerras no mundo, se não somos capazes
de ultrapassar as nossas pequenas incompreensões e os nossos litígios?
Os nossos actos de diálogo, de perdão, de reconciliação, são os
“tijolos” que servem para construir o edifício da paz”.
Uma outra coisa bela da vossa fábrica – prosseguiu o Pontífice - é
que “não tem fronteiras”; respira-se um clima de dialogo, de inclusão,
de respeito das leis do Estado. Certo de que estão conscientes da
necessidade de dar atenção aos pobres, aos que sofrem, aos abandonados, o
Papa falou-lhe das criancinhas obrigadas a abandonar os seus países
pelo simples facto de serem cristãs, ou que são mortas pelos só por
trazerem uma bíblia na mão. Então o trabalho da “fábrica” torna-se
realmente obra de amor. Amar a todas as pessoas, porque cada uma é um
dom de Deus – recomendou o Papa.
Aliás, a própria paz é um dom de Deus que deve ser pedido com
“confiança e oração”. É importante ser testemunho de paz, mas também de
oração – frisou o Papa, encorajando-os os pequenos a falar com Deus,
através da oração, confiando-Lhe as suas alegrias e tristezas, os
próprios pecados, certos de que Ele é misericordioso e tudo perdoa,
ensinando-nos a perdoar também nós. Jesus morto e ressuscitado é a nossa
paz…
E o Papa terminou agradecendo, abençoando, pedindo oração e
garantindo também a sua para todos e sobretudo exortando a trabalhar
juntos no grande canteiro da construção da paz. (DA)
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