(RV) Nesta
sexta-feira, dia 15 de maio, o Papa Francisco recebeu em audiência os
bispos da República Centro Africana presentes em Roma em visita Ad
Limina Apostolorum.
Recordando os tempos difíceis por que passaram as populações deste
país nos últimos meses o Santo Padre considerou ser este encontro uma
oportunidade de reforçar a comunhão entre as Igrejas locais da República
Centro Africana e a Igreja de Roma. Em particular o Papa reconheceu o
trabalho que as comunidades cristãs fazem na ajuda às vítimas da
violência e na ajuda aos refugiados.
O Santo Padre considerou serem desafios difíceis aqueles que o povo
deste país está a viver e disse aos bispos para não perderem a coragem
no meio das ‘tempestades’, mas a encontrarem aí a esperança e o
entusiasmo para um dinamismo renovado tal como disse o Apóstolo S. Paulo
a Timóteo: “…suporta os trabalhos, evangeliza e consagra-te ao teu
ministério”.
No processo de transição institucional que está em curso na República
Centro Africana, o Papa advertiu os bispos que eles “têm um papel
profético insubstituível em reiterar e testemunhar os valores da
justiça, da verdade, da honestidade que está na base de toda a
renovação, em promover o diálogo e a coexistência pacífica entre as
diferentes religiões e etnias, favorecendo assim a reconciliação e a
coesão social, chave para o futuro”.
O Santo Padre recordou ainda que a Igreja não deve “misturar-se em
querelas políticas” mas que, todavia, deve incentivar o papel dos leigos
cristãos nos assuntos políticos.
Recordemos que há cerca de três anos o país caiu numa guerra civil de
matrizes políticas, religiosas e territoriais. A República
Centro-Africana hoje é governada interinamente pela primeira presidente
mulher da história. Contudo, isso não foi suficiente para estabilizar o
cenário político e religioso. Diversos atos de violência com fundo
religioso ainda são perpetrados entre a população, apesar dos bispos
negarem que se trate de “uma guerra inter-religiosa”.
Em dezembro de 2013 o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma
intervenção militar sob a liderança francesa. Em abril de 2014, aprovou a
criação da missão de Paz Minusca, que chegou ao país com 10 mil homens
em setembro e, desde então, está em andamento.
A República Centro-Africana tem mais de 6 milhões de habitantes, dos
quais cerca de 50% são cristãos. Destes, aproximadamente 36% são
católicos. Ocupa um dos últimos lugares na lista do desenvolvimento
humano e regista altos níveis de pessoas seropositivas.
S. João Paulo II foi o único Pontífice a visitar o país, em 1985. (RS)
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