(RV) O
Papa Francisco celebrou a santa Missa, neste sábado 2 de maio, por
ocasião do Dia de Reflexão que hoje se comemora, promovido pela
Pontifícia Comissão para a América Latina e o Pontifício Colégio Norte
Americano, sob o tema “Frei Junípero Serra, apóstolo da Califórnia e
testemunha de santidade”. Na sua homilia e inspirando-se na leitura dos
Actos dos Apóstolos, o Papa começou por realçar o carácter missionário
da Igreja, a partir dos primeiros discípulos que, com o surgir da
perseguição, saíram de Jerusalém, até chegar à multidão de missionários
que levaram o evangelho ao Novo Mundo e defenderam os indígenas contra
os abusos dos colonizadores. Entre estes missionários estava Frei
Junípero que, com a sua obra de evangelização se tornou pioneiro da fé
cristã no México.
O Papa salientou em seguida três aspectos da vida e exemplo do Frei
Junípero: o seu zelo missionário, a sua devoção mariana e o seu
testemunho de santidade.
Antes de tudo, disse Francisco, Frei
Junípero foi um missionário incansável: a paixão de anunciar o evangelho
ad gentes, ou seja, o impulso do coração que quer partilhar com os mais
distantes o dom do encontro com Cristo, levaram-no a deixar a sua casa,
a sua terra, a sua família, a cátedra universitária, a sua comunidade
franciscana em Mallorca, para ir até os confins da terra. E acrescentou:
“Tal zelo provoca-nos: é para nós um
grande desafio! Estes discípulos-missionários, que encontraram Jesus,
Filho de Deus, e que por Ele conheceram o Pai misericordioso e, movidos
pela graça do Espírito Santo, se projectaram para todas as periferias
geográficas, sociais e existenciais, para dar testemunho da caridade,
estes missionários nos desafiam!”
O testemunho de Frei Junípero
chama-nos a deixar-nos envolver, em primeira pessoa, na missão
continental, que encontra as suas raízes na ''Evangelii Gaudium”, disse
ainda o Papa.
Em segundo lugar, continuou o Papa,
Frei Junípero confiou o seu empenho missionário à Santíssima Virgem
Maria, pois antes de partir para a Califórnia quis ir consagrar a sua
vida a Nossa Senhora de Guadalupe, e para lhe pedir, pela missão que
estava prestes a realizar, a graça de abrir os corações dos
colonizadores e dos indígenas. Desde então, Nossa Senhora de Guadalupe
tornou-se, de facto, a padroeira de todo o continente americano,
observou Papa Francisco, e não é possível separá-la do coração do povo
americano, porque ela constitui a raiz comum deste continente.
Em seguida o Papa convidou os
presentes a contemplar o testemunho de santidade de Frei Junípero (um
dos padres fundadores dos Estados Unidos, santo da catolicidade e
protector especial dos hispânicos do País), e a rezar para que todo o
povo americano redescubra a sua dignidade, consolidando cada vez mais a
sua pertença a Cristo e à sua Igreja.
E invocou a intercessão de Frei Junípero e dos muitos santos e santas americanos que se distinguiram com diversos carismas:
“Um vento impetuoso de santidade percorra o próximo Jubileu
Extraordinário da Misericórdia em todas as Américas! Confiantes na
promessa feita por Jesus, e que hoje ouvimos no Evangelho, peçamos a
Deus esta particular efusão do Espírito Santo. Peçamos a Jesus
Ressuscitado, Senhor da história, para que a vida do continente
americano seja cada vez mais fundamentada no Evangelho que recebeu; que
Cristo seja cada vez mais presente na vida das pessoas, das famílias,
dos povos e das nações, para a maior glória de Deus. E essa glória se
manifeste na cultura da vida, na fraternidade, na solidariedade, na paz e
na justiça, com factivo amor preferencial pelos pobres, através do
testemunho dos cristãos das diferentes comunidades e confissões, os
crentes de outras tradições religiosas e homens de consciência recta e
de boa vontade”.
E o Papa concluiu a sua invocação
pedindo a intercessão de Nossa senhora de Guadalupe, de Frei Junípero e
dos outros santos e santas americanos, para que o conduzam e guiem nas
próximas viagens apostólicas na América do Sul e América do Norte. (BS)
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