«No
decurso de uma refeição que partilhava com eles, ordenou-lhes que não se
afastassem de Jerusalém, mas que esperassem lá o Prometido do Pai, «do qual
disse Ele me ouvistes falar.
João
baptizava em água, mas, dentro de pouco tempo, vós sereis baptizados no
Espírito Santo.»
Estavam
todos reunidos, quando lhe perguntaram: «Senhor, é agora que vais restaurar o
Reino de Israel?»
Respondeu-lhes:
«Não vos compete saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou com a sua
autoridade. Mas ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre
vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e
até aos confins do mundo.»
Dito
isto, elevou-se à vista deles e uma nuvem subtraiu-o a seus olhos.
E
como estavam com os olhos fixos no céu, para onde Jesus se afastava, surgiram
de repente dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: «Homens da
Galileia, porque estais assim a olhar para o céu? Esse Jesus que vos foi
arrebatado para o Céu virá da mesma maneira, como agora o vistes partir para o
Céu.» Act 1, 4-11
A
força do Espírito Santo, que recebemos no Baptismo, não nos é dada para
“olharmos para o Céu”.
A
força do Espírito Santo, que recebemos no Baptismo, é-nos dada para sermos
testemunhas de Jesus Cristo, nas nossas casas, nos nossos trabalhos, nos nossos
lazeres, nas nossas paróquias, nas nossas sociedades, até aos “confins” do
mundo a que Deus nos enviar.
Olhar
para o Céu tem sentido, apenas como sinónimo de pedir a ajuda de Deus, ou
melhor ainda, como sinónimo de entrega a Deus, para sermos essas testemunhas,
caminhando, fazendo, falando, abraçando e amando.
Deus
não precisa que fiquemos estáticos e olhar para Ele, lá no Alto e nós cá em
baixo no “nosso” mundo.
Deus
quer que olhemos para Ele em nós e nos outros, e que, revestidos do Espírito
Santo sejamos testemunhas de tudo o que Ele fez e faz nas nossas vidas.
Deus
quer que sejamos esses Templos do Espírito Santo, em que o Baptismo nos transforma,
mas que não são templos estáticos que se fecham em si próprios, mas antes
templos que se abrem aos outros e são sempre celebrativos do amor de Deus.
E
celebrar o amor de Deus é sempre entrega, acolhimento, partilha, é sempre
«amar-nos uns aos outros como Ele nos ama».
Estamos,
vivemos, entre a Ascensão de Jesus Cristo aos Céus, e o Pentecostes da descida
do Espírito Santo, que transforma os Apóstolos e faz deles as testemunhas fiéis
da Revelação de Deus e do Seu infinito amor a todo o homem.
Por
isso peçamos continuamente o Espírito Santo, porque só guiados por Ele,
iluminados por Ele, fortalecidos n’Ele, podemos ser testemunhas de Deus no
mundo, membros do Corpo Místico de Cristo, Igreja Santa de Deus.
«Pois
se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o
Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!» Lc 11, 13
Marinha
Grande, 19 de Maio de 2015
Joaquim
Mexia Alves
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