(RV) O
Papa recebeu nesta segunda-feira em audiência a Senhora Doutora Antje
Jackelén, da Igreja Evangélica- Luterana da Suécia, arcebispo de Upsala.
Nas palavras que lhe dirigiu, o Papa pôs em realce o Decreto
Conciliar “Unitatis Redingratio”, que - disse - mostra que não se pode
prescindir hoje do ecumenismo. Esse documento convida, de facto, “todos
os fiéis, os católicos a empreenderem, reconhecendo os sinais dos
tempos, a via da unidade para ultrapassar as divisões entre cristãos,
que não só se opõem abertamente à vontade de Cristo, mas constituem
também um escândalo para o mundo e prejudicam a mais santa de todas as
causas: a pregação do Evangelho a todas as criaturas”. É preciso que
todos se reconheçam como irmãos e irmãs na fé – disse o Papa. Católicos e
luteranos devem procurar e promover a unidade nas dioceses, nas
paróquias, nas comunidades, em todo o mundo. Há ainda muito caminho a
percorrer na via da plena e visível unidade na fé – disse o Papa – mas
podemos estar certos de que o Espírito Paráclito será sempre luz e força
para o ecumenismo espiritual e para o diálogo teológico.
O Papa chamou ainda a atenção para o recente documento intitulado “Do
conflito à comunhão” para a comemoração comum luterano-católica da
Reforma em 2017, documento publicado pela Comissão luterano-Católica
para a Unidade. Francisco exprimiu o desejo de que tal iniciativa possa
encorajar e realizar, com a ajuda de Deus, “a nossa colaboração com Ele e
entre nós, ulteriores passos no caminho da unidade”.
O Papa recordou ainda que a chamada à unidade comporta também empenho
comum no plano caritativo a favor dos que sofrem devido à miséria e à
violência e às perseguições, de que, aliás, são vítimas muitos cristãos.
Indicou também a dignidade da vida humana, as temáticas atinentes à
família, o matrimónio, a sexualidade – que disse – não podem ser caladas
ou ignoradas por temor de pôr em questão o consenso ecuménico a que já
se chegou. “Seria um pena – concluiu o Papa – se nestas importantes
questões se consolidassem novas diferenças confessionais”.
Concluído o discurso escrito, o Papa continuou ainda agradecendo,
espontaneamente, a Igreja luterana valdesa por duas coias: primeiro pelo
acolhimento fraterno a tantos migrantes sul-americanos no tempo da
ditadura, permitindo assim a muitas famílias de crescer. Depois
agradeceu a delicadeza que disse – “você, cara irmã, teve ao nomear o
meu grande amigo, o pastor Anders Root, com o qual partilhei a cátedra
de teologia espiritual e me ajudou tanto na minha vida espiritual. Thank
you.” (DA)
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