(RV) O Papa Francisco
recebeu na manhã desta quinta-feira às 10,30 horas de Roma, em audiência
no Vaticano, os Bispos do Mali em visita ad limina apostolorum. No seu
discurso entregue aos prelados, O Santo Padre fez questão, antes de mais
de encorajar os bispos a prosseguir na sua obra de evangelização junto
das comunidades ecclesiais do país, que têm enfrentado uma situação
bastante delicada nos últimos anos devido às questões de segurança e da
violência.
“Através da vossa pessoa o meu pensamento atinge o povo maliano na
sua totalidade, ao mesmo tempo que chega também à todas às comunidades
diocesanas”, disse o Papa pedindo aos bispos que sejam porta-vozes da
sua mensagem de esperança e de encorajamento à todo o povo maliano neste
momento particularmente delicado da história do país.
“É em direcção à pessoa de Cristo que eu quero orientar o vosso
olhar, disse o Papa Francisco, tendo em conta a delicada situação, que
desde há vários anos, aflige o vosso país particularmente no que
concerne a questão de segurança. Esta situação, foi fator muitas vezes,
da pertubação da milenária coabitação pacífica que sempre existiu entre
as diversas componentes da sociedade maliana” disse.
Agradeço, por conseguinte a vossa Conferência Episcopal, prosseguiu o
Santo Padre, por ter sido capaz de preservar, neste contexto
particularmente delicado, o espírito do diálogo inter-religioso: o
empenho comum levado a cabo pelos cristãos e muçulmanos na salvaguada
dos tesouros culturais do Mali, em particular das grandes bibliotecas de
Tombouctou, património da humanidade, é uma clara demonstração desta
conquista à nível do diálogo inter-religioso.
De regresso ao vosso país, levem consigo a minha proximidade à todos
os fiéis, aos cidadadãos de todas as categorias sociais e religiosas,
aos homens e mulheres de boa vontade diáriamente empenhados na luta
contra a intolerância e a exclusão social disse o Papa Francisco
recordando, mais uma vez que, perante uma situação assim tão difícil, as
comunidades cristãs e os seus pastores, são chamados à um testemunho de
fé ainda mais profundo, fundado na adesão incondicional aos valores do
Evangelho.
Realçando os esforços das dioceses do país na tradução da Bíblia
nas línguas locais e o desenvolvimento de novos manuais da catequese, o
Papa enalteceu ainda o trabalho dos catequistas na obra de
evengelização. “Apesar dos graves problemas que enfrenta, a Igreja no
Mali mostra uma bela dinâmica na sua obra de evangelização e os fiéis
têm crescido em número e fervor, disse o Papa Francisco, lembrando porém
que o “ testemunho cristão na família ainda precisa de mais
consistência: num contexto cultural marcado pelo divórcio e pela
poligamia, os católicos são chamados a anunciar o Evangelho
concretamente com o seu testemunho de vida e família”.
Concernente o tema das mulheres, o Santo Padre pediu aos bispos que
promovam o papel delas na sociedade e combatam os abusos e violências.
Quanto ao tema das vocações sacerdotais, pelo contrário, Francisco falou
da importância do apoio, do incentivo e principalmente do
acompanhamento na formação e no ministério. “Ser Bispo, recordou, é uma
missão de comunhão e de serviço vivido de maneira especial com os seus
sacerdotes”.
Falando da pastoral social, o Papa destacou a dimensão do amor ao
próximo: a Igreja, disse, “está presente no Mali nos campos da educação
para a paz, da promoção humana sem distinções étnicas ou religiosas e na
difusão da cultura da solidariedade e da hospitalidade, por forma a
enfrentar adequadamente a violência dos últimos anos
.
Por fim o Papa Francisco se disse convencido de que, apesar das
dificuldades que se presentam pelo caminho, a Igreja no Mali continua a
ser um sinal de esperança e testemunha de paz. Exortou os bispos a
perseverar no caminho do Evangelho, mantendo o foco da sua acção
pastoral na juventude. (FL)
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