A missão do
cardeal Krajewski na Ilha de Lesbos levou a concreta solidariedade do
Papa Francisco ao fazer uma doação à Cáritas Hellas presente na Ilha e a
outras entidades que ajudam os migrantes e refugiados
Giada Aquilino - Lesbos
“Não me recordo” é a resposta dada pela menina Sheeka, de 13 anos,
refugiada vinda do Afeganistão, quando lhe perguntam de onde vinha.
Encontramos a menina na Ilha de Lesbos, no centro recreativo Team
Humanity, na localidade principal da ilha grega. Aqui as crianças
brincam, distraem-se com cinema e cursos de yoga: o centro conta com a
presença de 500 a 800 crianças, tudo graças a doações privadas, “não de
fundos da União Europeia ou governamentais” faz questão de explicar o
responsável Salam Aldeen, filho de uma dinamarquesa e de um iraquiano.
Na quarta-feira (08/05) o centro foi visitado pelo cardeal Konrad
Krajewski, o Esmoleiro Apostólico que veio à Ilha para trazer a
solidariedade do Papa, acompanhado por Dom Hollerich, arcebispo de
Luxemburgo e presidente da presidente da Comissão Episcopal Europeia
(COMECE) e por Dom Rossolatos arcebispo de Atenas.
Gesto de ternura do Papa
O cardeal trouxe às crianças do Centro Team Humanity um gesto de
ternura particular do Papa, uma contribuição para a construção de uma
área de lazer ao ar livre. Mas não foi o único gesto de Francisco aos
migrantes da Ilha grega, a grande maioria afegãos, mas também muitos
iraquianos, iranianos, sírios e norte-africanos.
O cardeal Krajewski trouxe uma doação de 100 mil euros como
contribuição do Santo Padre à preciosa obra da Cáritas Hellas a favor
dos que pedem asilo e refugiados. O dinheiro foi entregue a Maria
Alverti, diretora da obra caritativa da Igreja local que participa na
missão.
A prioridade: salvar as pessoas
“Salvar as pessoas” que já se encontram nos campos, reiterou o
cardeal Krajewski, continua a ser prioridade: trata-se de pessoas que
“esperam o futuro, marcado pela esperança” acrescentou.
A Europa abra as suas portas
Diante da deterioração das condições de vida destes migrantes e de
tanto “sofrimento”, “o Santo Padre – explicou o Esmoleiro Apostólico –
mandou uma ajuda para a Cáritas Hellas que trabalha nesta zona: os 100
mil euros serão para as primeiras necessidades, mas Francisco quer ser
para esta gente, sobretudo uma ponte para uma vida melhor, a ‘terra
prometida’. Aqui vemos muitas crianças, muitas mulheres grávidas, que há
meses esperam que a Europa abra as suas portas, porque neste local não há
nenhuma esperança para eles.
O Papa – concluiu recordando a visita de Francisco à Ilha de Lesbos
em 2016 – foi-se embora há três anos, mas permaneceu na Ilha, nunca saiu
destes campos de refugidos”.
VN
Sem comentários:
Enviar um comentário