Papa Francisco durante a missa na Casa de Santa Marta
(Vatican Media)
"A tristeza não é um comportamento cristão", disse Francisco na homilia da missa celebrada na Casa de Santa Marta.
Adriana Masotti - Cidade do Vaticano
O Espírito Santo é o protagonista da passagem do Evangelho proposta
na liturgia da missa, desta terça-feira (28/05), celebrada pelo Papa
Francisco na Capela da Casa de Santa Marta.
“No discurso de despedida aos discípulos antes de subir ao Céus,
Jesus”, disse o Papa na sua homilia, “faz-nos uma verdadeira catequese
sobre o Espírito Santo”. Jesus explica-nos quem ele é. Os discípulos
ficaram tristes ao ouvir que Jesus os deixará e Jesus repreende-os por
isso. Francisco afirmou: “Não, a tristeza não é um comportamento
cristão”. Mas como não ficar triste? “Contra a tristeza, na oração,
pedimos ao Senhor para que guarde em nós a juventude renovada do
espírito”. Aqui, entra em jogo o Espírito Santo porque é Ele que faz com
que haja em nós essa juventude que nos renova sempre.
O coração do cristão é jovem
O Papa citou uma santa que dizia: “Um santo triste é um triste
santo”. “Portanto, um cristão triste é um triste cristão e isso não é
bom. A tristeza não entra no coração do cristão, porque ele é jovem”,
prosseguiu Francisco.
O Espírito Santo é aquele que nos torna capazes de carregar as
cruzes. O Pontífice citou o exemplo de Paulo e Silas que na prisão
cantavam hinos a Deus, conforme a primeira leitura de hoje, extraída do
Livro dos Atos dos Apóstolos.
O Espírito Santo renova todas as coisas. “O Espírito Santo é aquele
que nos acompanha na vida, que nos sustenta. É o Paráclito”, frisou o
Papa. “Mas que nome estranho”, disse Francisco, recordando que numa
missa para crianças, num domingo de Pentecostes, ele perguntou se elas
sabiam quem fosse o Espírito Santo. E um menino respondeu-lhe: o
paralítico.
Muitas vezes nós pensamos que o Espírito Santo é um paralítico,
que não faz nada... Pelo contrário, é Aquele que nos sustenta.
Paráclito: a palavra paráclito significa “aquele que está ao meu lado
para me apoiar”, para que eu não caia, para que eu vá por diante, para que
eu conserve essa juventude do Espírito. O cristão é sempre jovem:
sempre. Quando o coração do cristão começa a envelhecer, a sua vocação
de cristão começa a diminuir. Ou és jovem de coração e de alma ou não és cristão.
Diálogo cotidiano com o Espírito
Francisco prosseguiu, dizendo que na vida haverá dor. Paulo e Silas
foram acoitados e sofreram, “mas estavam cheios de alegria,
cantavam...”.
Isto é juventude. Uma juventude que faz olhares sempre a
esperança. É isso, avante! Mas, para ter essa juventude é necessário um
diálogo cotidiano com o Espírito Santo, que está sempre ao nosso lado. É
o grande presente que Jesus nos deixou: esse apoio, o que faz a gente
seguir em frente.
O pecado envelhece a alma
Mesmo que sejamos pecadores, o Espírito ajuda a arrepender-mo-nos e faz-nos olhar para a frente. “Fale com o Espírito”, disse o Papa. “Ele
apoiarter-á e te dará novamente a juventude”. O pecado, por outro
lado, envelhece: “Envelhece a alma, envelhece tudo”. Francisco sublinhou
ainda: “Jamais esta tristeza pagã”. Na vida há momentos difíceis, mas
nesses momentos “sentimos que o Espírito nos ajuda a ir em frente (...) e
a superar as dificuldades. Até mesmo o martírio”. E o Papa concluiu:
Peçamos ao Senhor para não perdermos esta juventude renovada, para
não sermos cristãos aposentados que perderam a alegria e deixam-se
conduzir... O cristão nunca se aposenta, o cristão vive, vive porque é
jovem, quando é cristão verdadeiro.
VN
Sem comentários:
Enviar um comentário