No discurso aos membros e voluntários da Federação Europeia dos Bancos de Alimentos, o Papa expressou gratidão pelo seu trabalho de “dar de comer a quem tem fome”.
Manoel Tavares - Cidade do Vaticano
O Santo Padre recebeu na manhã deste sábado (18/5), no Vaticano, 200 membros da Federação Europeia dos Bancos de Alimentos, que se reuniram em Roma por ocasião dos 30 anos de sua fundação em Itália.
Estes Bancos são organizações ou entidades reconhecidas oficialmente,
sem fins lucrativos, baseadas no voluntariado, que têm o objetivo de
arrecadar doações de alimentos ou sobras de comidas para serem
distribuídas aos mais necessitados.
É fácil falar, mas é difícil fazer
No discurso aos membros e voluntários da Federação, o Papa
expressou gratidão pelo seu trabalho de “dar de comer a quem tem
fome”. Não se trata de assistencialismo, mas um gesto concreto e
silencioso de solidariedade e caridade com os mais necessitados. E,
reafirmando o ditado “é fácil falar, mas é difícil fazer”, Francisco
disse:
No mundo complexo de hoje, frisou o Papa, é importante que “o bem
seja bem feito”; não deve ser fruto de um mero assistencialismo, que não
contribui para o desenvolvimento. E referindo-se aos componentes dos
Bancos de Alimentos, Francisco disse:
“É belo ver pessoas de várias línguas, crenças, tradições e
orientações diferentes que se encontram para partilhar e promover a
dignidade dos outros. Não se trata de uma busca de lucros pessoais, mas
do futuro e do progresso dos últimos da sociedade”.
Economia mundial frenética
Aqui, o Pontífice expressou a sua preocupação com a economia mundial
frenética. “Precisamos – disse – de uma economia mais humana, que tenha
alma e não espezinhe os mais frágeis, desprovidos de trabalho, de
dignidade e de esperança; muitos são oprimidos pelos ritmos produtivos
desumanos, que reduzem as relações pessoais e afetam a vida familiar”. E
o Papa recordou:
Diante de um contexto económico doentio, - ponderou o Papa – “não se
deve intervir, de modo brutal, para não correr o risco até de matar”. É
preciso empreender caminhos saudáveis e solidários, mediante modelos de
vida baseados na equidade social, na dignidade das pessoas, das
famílias, do futuro dos jovens, do respeito pelo meio ambiente. E
Francisco concluiu:
“Uma economia circular não pode ser mais adiada. O desperdício não
pode ser a última palavra, deixada em herança pelos poucos ricos,
enquanto a maior parte da humanidade se cala. Por isso, renovo-vos a
minha gratidão e vos encorajo a continuarem a envolver, sobretudo os
jovens, para que se possam unir a vós na promoção do bem em benefício
de todos”.
VN
Sem comentários:
Enviar um comentário