Pobre Pedro!
Convencido que dar a vida por
Ti era coisa fácil, sem dor, logo é confrontado com a realidade: «Não cantará o
galo, sem que Me tenhas negado três vezes».
E negou-Te três vezes, sem
apelo, nem agravo, e depois chorou amargamente o seu arrependimento, ao cruzar
os seus olhos com o teu olhar de doce e infinito perdão.
Quantas vezes me sinto forte,
cheio de certezas, inabalável na convicção, e depois, às vezes, por uma coisa
de nada, volto-Te as costas, abandono-Te, nego-Te, como se não Te conhecesse.
E Tu nada dizes, mas ficas
serenamente à espera de cruzares o Teu olhar com o meu, à espera que o meu
coração se abra ao Teu amor, ao Teu perdão, e eu “derreto-me” na Tua ternura,
na doçura do - Eu amo-te – que dizes ao meu coração, e choro, choro amargamente
no meu coração, não tanto por Te ter negado, mas mais por não ser digno do Teu
amor.
Podia jurar, comprometer-me em
compromisso inabalável, afirmando que nunca mais Te negarei, mas eu sei, e Tu
sabes melhor do que eu, que essa jura, esse compromisso, vai ser quebrado
quando a fraqueza da minha humanidade prevalecer sobre o amor divino que derramaste
em mim.
Por isso, Senhor, apenas posso
comprometer-me com tudo o que sou, a, por Tua graça, em cada negação da minha
vida, procurar o Teu olhar de perdão, nele me deixar envolver, mergulhar na
profundeza do Teu amor e reconhecer-Te, dizendo: «Meu Senhor e meu Deus.»
E eu sei, Senhor, com esta
certeza da fé que me deste, que logo me abrirás os braços, (que aliás nunca
fechas), me recolherás e apertarás junto a Ti, dizendo:
Pode o galo cantar todas as
vezes que quiser, que se tu olhares para mim, entregando-te em amor, o Meu
canto será melhor, o Meu canto será maior, porque é um canto de Amor.
Obrigado, Senhor!
Marinha Grande, 11 de Abril de
2017
Joaquim Mexia Alves
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