20 abril, 2017

Papa no Consistório: Pastorinhos de Fátima santos a 13 de maio




(RV) Jacinta e Francisco Marto, os dois Pastorinhos que presenciaram as aparições de Nossa Senhora, serão canonizados pelo Papa Francisco em Fátima, no próximo dia 13 de maio. A canonização terá, portanto, lugar durante a Viagem Apostólica do Papa a fátima, no Centenário das Aparições da Virgem Maria.

A confirmação deu-se na manhã desta quinta-feira (20/04) durante o Consistório Ordinário Público, presidido pelo Santo Padre no Vaticano. Serão as primeiras crianças não-mártires a serem proclamadas Santas. Na mesma data, há 17 anos, os dois irmãos eram beatificados por João Paulo II.

Jacinta e Francisco Marto, os dois irmãos de apenas nove e dez anos, juntamente com a prima Lúcia dos Santos, tiveram visões de Nossa Senhora. A primeira vez aos 13 de maio de 1917, seguindo-se em todos os dias 13 de cada mês, até chegar ao mês de outubro. Nos "encontros celestiais" Maria deixou mensagens sobre acontecimentos futuros e recomendações aos pequenos, entre estas, a de rezar o Rosário diariamente.

A fama de santidade dos dois Pastorinhos logo após as suas mortes já havia se difundido por todo o mundo. Francisco morreu em 4 de abril de 1919, de febre espanhola. Jacinta, dez meses mais tarde, em 20 de fevereiro de 1920.

Jacinta, após muitos sofrimentos oferecidos pela conversão dos pecadores, morreu sozinha num hospital de Lisboa, sendo sepultada em Vila Nova de Ourém, o município ao qual pertence o Santuário de Fátima.

De Francisco - chamado de "o consolador" pelo seu desejo de consolar com a oração Nossa Senhora - perdeu-se o local preciso de sua sepultura. Somente anos mais tarde seus restos mortais foram reconhecidos pelo pai, por um detalhe muito particular, o terço que ele tinha nas mãos.

Em setembro de 1935, o corpo incorrupto de Jacinta foi traslado de Vila Nova de Ourém a Fátima. O corpo foi fotografado e o Bispo de Leiria-Fátima, José Alvez Correia da Silva, enviou uma cópia à Lúcia, que se tinha tornado Irmã Doroteia. Na ocasião, o prelado pediu a Lúcia que escrevesse tudo o que sabia sobre a vida de Jacinta. Nascia assim a Primeira memória, que ficou pronta no Natal de 1935.

Sucessivamente o bispo pediu que Lúcia escrevesse também suas recordações a respeito de Francisco e os factos ocorridos em Fátima.

Não fossem estes relatos deixados sobre a breve vida dos dois irmãos, talvez ninguém poderia ter pensado em abrir uma Causa de canonização, mesmo porque naquele tempo ainda não havia sido decretado o reconhecimento de "exercício das virtudes em grau heróico" também para os pequenos.

O pedido para investigar a santidade dos dois foi iniciado pela Diocese de Leiria somente em 1952 e concluído em 1989, com o decreto sobre a prática das virtudes, em consideração à idade das crianças.

O obstáculo, era ainda uma questão de fundo debatida no decorrer do século XX, em relação à possibilidade ou não de levar em consideração duas crianças como candidatos à canonização. Questão que foi resolvida em 1981 por meio de um documento emitido com este propósito pela Congregação da Causa dos Santos.

O milagre atribuído à intercessão das duas crianças, e que levou à beatificação, foi reconhecido em 1999. Já o que abriu o caminho para a canonização, foi reconhecido em 23 de março passado, e diz respeito a uma criança brasileira, que na época tinha seis anos.

Esta criança estava na casa do avô, brincando com a irmãzinha, quando caiu por acidente de uma janela de cerca sete metros de altura, sofrendo um grave traumatismo crânio-encefálico, com a perda de material cerebral.

Levada ao hospital em coma, foi operada. Caso sobrevivesse, viveria em estado vegetativo ou, no máximo, com graves deficiências cognitivas. Milagrosamente, após três dias, a criança recebeu alta, não sendo constatado nenhum dano neurológico ou cognitivo.

Em 2 de fevereiro de 2007, uma equipe médica deu parecer positivo unânime sobre o caso, como "cura inexplicável do ponto de vista científico".

No momento do incidente, o pai da criança havia invocado Nossa Senhora de Fátima e os dois pequenos beatos. Na mesma noite, os familiares e uma comunidade de Irmãs de clausura haviam rezado com insistência, pedindo a intercessão dos Pastorinhos de Fátima.
 (BS/JE)

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