Ontem chegaste a Jerusalém!
No meio de toda aquela gente,
estava também eu, a dar vivas ao Rei, àquele que me vinha libertar do jugo do
opressor, dos tiranos que mandavam pela força das armas, na minha terra.
Nem por um momento duvidei
disso!
Ia ser agora a hora da
libertação!
E vou caminhando, vou-Te
seguindo, passo a passo, nesta semana, até Te ver preso, escarnecido, humilhado,
arrastado pelo chão sem reagires, e então, já não Te darei vivas, mas gritarei
com todos os outros: Crucifica-O, crucifica-O!
Eu esperava, (por vezes ainda
espero), por um rei que me libertasse das dores, dos sofrimentos, das contrariedades
do mundo, e afinal, veio Alguém que aparentemente se deixou derrotar pelo
mundo.
Pois, não compreendo tantas
coisas, mas mesmo por vezes afastado, continuo a seguir-Te no caminho, na
esperança que se torna cada vez mais real, que afinal vieste para me libertar,
sim, mas da lei do pecado, do pecado que realmente escraviza e leva à morte.
E hoje, passada a festa da Tua
chegada à cidade, recomeço a caminhada, entrando dentro de mim, para Te
encontrar, para me encontrar, e durante estes dias, mesmo com medo, mesmo com
dúvidas, me unir a Ti na dor, na paixão, na morte, para finalmente dar
novamente vivas ao Rei que me libertou e me liberta todos os dias em que me
entrego para fazer a Tua vontade.
Ajuda-me, Senhor, quero fazer
o caminho do Teu amor!
Marinha Grande, 10 de Abril de
2017
Joaquim Mexia Alves
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