(RV) No dia que a Igreja recorda São Marcos
evangelista, Francisco dedicou a Missa celebrada na manhã de terça-feira
(25/04) na capela da Casa Santa Marta ao Patriarca dos coptas Tawadros
II e aos fiéis coptas, os quais encontrará daqui poucos dias em sua
viagem apostólica ao Egipto.
“Hoje – disse o Papa no início da celebração – é São Marcos
evangelista, fundador da Igreja de Alexandria. Ofereço esta missa pelo
meu irmão Papa Tawadros II, Patriarca de Alexandria dos Coptas, pedindo a
graça que o Senhor abençoe as nossas duas Igrejas com a abundância do
Espírito Santo.”
Em sua homilia, o Pontífice comentou o Evangelho do dia, em que Jesus
convida os discípulos a saírem para anunciar. Um pregador, disse, deve
estar sempre a caminho.
No dia que a Igreja recorda São Marcos evangelista, Francisco em sua
homilia comentou o Evangelho em que Jesus convida os discípulos a saírem
para anunciar. Um pregador, disse, deve estar sempre a caminho.
Sair para anunciar
Para Francisco, é preciso “ir onde Jesus não é conhecido e onde Jesus
é perseguido ou desfigurado, para proclamar o verdadeiro Evangelho”:
“Sair para anunciar. E nesta saída está a vida, se joga a vida do
pregador. Ele não está protegido, não há seguro de vida para o pregador.
E se um pregador busca um seguro de vida, não é um verdadeiro pregador
do Evangelho: não sai, permanece protegido. Primeiro: ir, sair. O
Evangelho, o anúncio de Jesus Cristo, se faz em saída, sempre; em
caminho, sempre. Seja em caminho físico, seja em caminho espiritual do
sofrimento: pensemos no anúncio do Evangelho que tantos doentes fazem –
tantos doentes! – que oferecem a dor pela Igreja, pelos cristãos. Mas
sempre saem de si mesmos”.
Mas como é “o estilo deste anúncio?”, se questiona o Papa. “São
Pedro, que foi propriamente o mestre de Marcos – responde – é muito
claro na descrição deste estilo”: “O Evangelho deve ser anunciado em
humildade, porque o Filho de Deus se humilhou, se aniquilou. O estilo de
Deus é este” e “não existe outro”. “O anúncio do Evangelho não é um
carnaval, uma festa”. Este “não é o anúncio do Evangelho”.
Vencer a tentação da mundanidade
“O Evangelho não pode ser anunciado com o poder humano, não pode ser
anunciado com o espírito de escalada, de subir”, “este não é o
Evangelho”. Portanto, todos somos chamados a revestir-se de “humildade
uns pelos outros”, porque “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos
humildes”:
“E por que esta humildade é necessária? Justamente porque nós levamos
avante um anúncio de humilhação, de glória, mas através da humilhação. E
o anúncio do Evangelho sofre a tentação: a tentação do poder, a
tentação da soberba, a tentação da mundanidade, de tantas mundanidades
que existem e nos levam a pregar ou a recitar; porque não é pregação um
Evangelho aguado, sem força, um Evangelho sem Cristo crucificado e
ressuscitado. E por isso Pedro diz: ‘Cuidado…o inimigo de vocês, o
diabo, assim como um leão faminto circula buscando alguém para devorar.
Resistam, firmes na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos são impostos
aos seus irmãos espalhados pelo mundo’. O verdadeiro o anúncio do
Evangelho sofre a tentação”.
Francisco acrescentou que se um cristão afirma que anuncia o
Evangelho, “mas nunca sofre tentação”, significa então que o “diabo não
se preocupa” porque “estamos pregando algo que não serve”.
A graça de sair
“Por isso, na pregação verdadeira, há sempre algo de tentação e
também de perseguição”. O Papa destacou que, quando estamos no
sofrimento, será “o Senhor a nos resgatar, a dar força, porque é isto
que Jesus prometeu quando enviou os Apóstolos”:
“Será o Senhor a nos confortar, a nos dar força para ir avante,
porque Ele age connosco se formos fiéis ao anúncio do Evangelho, se
sairmos de nós mesmos para pregar Cristo crucificado, escândalo e
loucura, e se nós fizermos isso com um estilo de humildade, de
verdadeira humildade. Que o Senhor nos dê esta graça, como baptizados,
todos, de empreender o caminho da evangelização com humildade, com
confiança Nele, anunciando o verdadeiro Evangelho: ‘O Verbo se fez
carne’. O Verbo de Deus se fez carne. E esta é uma loucura, é um
escândalo; mas fazê-lo na consciência de que o Senhor está do nosso
lado, age connosco e confirma o nosso trabalho”.
A missa foi concelebrada pelos cardeais conselheiros que compõem o C9
- o grupo de trabalho instituído pelo Papa Francisco para a reforma da
Cúria Romana.
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