(RV) Também este ano o Papa Francisco escolheu
lavar os pés, na Quinta-feira Santa, a alguns prisioneiros. E optou por
visitar a prisão italiana de Paliano, na Província de Frosinone, a
sudoeste de Roma. O Papa partiu da cidade do Vaticano às 15 horas tendo
chegado à Prisão de Paliano uma hora depois. Teve um encontro com os
detidos e depois presidiu à Celebração da Missa da Ceia do Senhor, tudo
numa cerimonia em estilo privado sem a presença de câmaras televisivas.
Na sua breve homilia, Francisco recordou que Deus nos ama até ao fim e
dá a vida por cada um de nós, e diz isso, porque Ele é amor. E para
fazer ver este seu amor ilimitado, Ele que era chefe, lavou os pés aos
seus discípulos. Era habitual lavar os pés aos hóspedes, mas quem o
fazia eram os escravos. Mas Jesus muda as coisas. E é Ele a lavar os
pés. Um dos apóstolos, Simão não queria. Mas Jesus insiste, porque diz,
veio ao mundo para servir, para dar a vida por nós, para amar até ao
fim.
E recordando que o Papa não é o chefe, pois quem é o chefe da Igreja é
Jesus, Francisco disse todavia que enquanto figura de Jesus queria
fazer como Ele. Aquele que parece ser o maior faz o trabalho dos
escravos, para semear amor entre nós. Então se podeis dar uma ajuda ao
vosso companheiro/a de prisão, fazei-o, porque isto é amor, e isto é
como lavar os pés… É ser servo dos outros…
E o Papa recordou que uma vez os discípulos puseram-se a discutir
quem de entre eles era o mais importante, Jesus respondeu-lhes que quem
quisesse ser importante deve fazer-se pequeno e servidor de todos. E
isto é o que fez Jesus. E ele nos ama assim como somos. Por isso na
cerimónia – que não é folclore – pensamos nele. E depois Ele deu-nos o
seu corpo e o seu sangue. É assim o amor de Deus. Pensemos no amor de
Deus – rematou o Papa.
Francisco lavou os pés a 12 detidos (0 italianos, um argentino e um albanês). De entre eles três mulheres e é um muçulmano.
Dois desse 12 detidos são condenados à prisão perpetua enquanto que
para os outros a conclusão da pena é prevista entre 2019 e 2073.
A Prisão de Paliano é a única prisão da Itália reservada de modo particular aos chamados “colaboradores de Justiça”.
As actividades que desempenham (trabalho, instrução, formação,
actividades culturais, recreativas, desportivas, religiosas, relações
com os familiares,) fazem parte de um projecto orgânico que visa a
reinserção social – disse a Directora, Nadia Cersosimo.
Diversos os cursos de que dispõem: iconografia, cerâmica, pastelaria e
pizzaria, carpintaria e restauração de móveis, agricultura, criação de
cabras, coelhos, porcos, produção de mel de abelha, etc.
Todos os anos em parceria com os Correios da Itália, os reclusos
realizam postais e selos. As actividades laborais, são parte
fundamental do tratamento nessa prisão, onde há actualmente 70 detidos.
(DA)
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