O Papa convidou os católicos a
imitar a vida de Santo António, numa mensagem enviada ao ministro-geral
da Ordem dos Frades Menores Conventuais por ocasião dos 800 anos da
vocação franciscana do santo português. Francisco
dirige-se em particular aos “religiosos e devotos franciscanos de Santo
António espalhados pelo mundo”, para que possam “experimentar a mesma
santa inquietação que o levou pelas estradas do mundo a testemunhar, com
palavras e obras, o amor de Deus”.
A carta, divulgada pelo portal de notícias do Vaticano,
destaca o exemplo do religioso português perante “as dificuldades das
famílias, os pobres e desfavorecidos”, bem como a “paixão pela verdade e
justiça”. O Papa considera que a vida de
António, “santo antigo, mas tão moderno”, ainda hoje pode “suscitar um
generoso compromisso de doação, em sinal de fraternidade”. “É
necessário ver o Senhor no rosto de cada irmão e irmã, oferecendo a
todos consolação, esperança e a possibilidade de encontrar a Palavra de
Deus sobre a qual ancorar a própria vida”, escreve.
Francisco
recorda que há 800 anos, em Coimbra, o jovem Fernando, natural de
Lisboa, ao saber do martírio de cinco franciscanos, mortos por causa da
fé cristã no Marrocos, decidiu “transformar a sua vida”. O religioso deixou a sua terra e embarcou numa viagem, “símbolo do seu próprio caminho espiritual de conversão”, explica. “Primeiro
foi para Marrocos, determinado a viver corajosamente o Evangelho nos
passos dos franciscanos ali martirizados; depois desembarcou na Sicília,
após um naufrágio nas costas da Itália, como acontece hoje com tantos
dos nossos irmãos e irmãs”, escreve o pontífice.
O Papa considera que foi um “desígnio providencial de Deus” que levou António ao encontro de Francisco de Assis. Fernando
Martins de Bulhões nasceu, em Lisboa, por volta de 1195; depois de ter
recebido a primeira instrução junto à Sé, aos 15 anos, entra no Mosteiro
de São Vicente de Fora, onde prossegue a sua formação; ingressaria
depois no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, sendo ordenado sacerdote,
aos 25 anos.
Em fevereiro de 1220, chegam ao Mosteiro de
Santa Cruz, em Coimbra, as relíquias dos cinco missionários franciscanos
que tinham sido martirizados, em Marrocos; o religioso troca o mosteiro
de Santa Cruz pelo pobre ermitério de Santo Antão dos Olivais, muda de
nome e assume o de António. Instituições religiosas e públicas nas cidades de Coimbra e Lisboa estão a celebrar Jubileu dos 800 anos de Santo António como franciscano.
Ecclesia
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