Ao recordar o início da sua caminhada na fé, Mendo Ataíde começa por
lembrar “pequenas coisas” que lhe “foram formando um coração cada vez
mais voltado para Deus”. “A minha mãe a rezar comigo à noite, a minha
avó a ensinar-me as orações que tinha aprendido quando era pequena, o
meu avô a perguntar se eu tinha ido à Missa e o que se tinha falado”,
partilha ao Jornal VOZ DA VERDADE. Para este futuro padre, esta
‘herança’ familiar e o percurso na catequese, feito nos colégios que
frequentou, sempre o fizeram acreditar em Deus, mas, mais do que isso,
seria “cair num extremismo”. “No final do último ano do Colégio Militar,
fiz uma experiência de intercâmbio, e vivi, nos Estados Unidos, numa
família de acolhimento, com 11 filhos – algo que eu nunca tinha visto”,
confessa. “Essa família tinha em Deus o princípio que orientava a vida
deles, rezavam em família... Viver assim não era uma seca ou um
extremismo. Eles eram felizes, normalíssimos”, lembra, reconhecendo que,
até esse momento, “nunca tinha pensado no que significava ser
católico”.
O exemplo fê-lo seguir em frente com os planos de “ser gestor” e ter “uma grande família”. Ao entrar no curso de Gestão, da Universidade Católica, Mendo foi também tocado pela “experiência marcante” da Missão País, em 2010, orientada pelo então capelão, padre Hugo Santos. Na missão, depois de uma confissão, foi sentindo a pergunta: ‘Será que o Senhor te pede mais?’. Mendo Ataíde continuou o curso e completou um mestrado em Gestão, também na UCP. Com o grupo de amigos que o “ajudava a crescer na fé”, frequentava a Paróquia de São Nicolau, em Lisboa, onde foi partilhando com o pároco, padre Mário Rui, as suas “questões vocacionais”. “Começava a achar que queria entregar a minha vida a Deus, mas não era claro no quê. Ainda tinha um pouco de incerteza”, revela. A vida dos sacerdotes diocesanos, que conhecia, foi determinante para a entrada no seminário. Apesar de a sua família “ter tido algum tempo para aceitar a decisão”, sempre contou com o apoio de todos, “sem qualquer resistência”.
Da experiência em seminário, Mendo sublinha a vivência comunitária. “Encontrei muito boa gente no seminário e com vontade de seguir Jesus com todo o coração. E isso faz toda a diferença”, assegura. Nestes últimos meses, na Paróquia da Ramada, Mendo revela que se sentiu “soterrado” face à grandeza do que implicou o ministério diaconal, através das suas palavras e gestos. “Foi uma alegria acompanhar aquelas pessoas na sua descoberta de Jesus e, ao mesmo tempo, um desafio”, assegura este futuro padre, que quer dedicar a sua vida “para a santificação de todos”. “Que seja um instrumento da sua graça, onde for preciso”, deseja.
Mendo Ataíde, 29 anos
Paróquia de São Nicolau
- As ordenações presbiterais vão decorrer no próximo Domingo, às 16h00, no Mosteiro dos Jerónimos e terão um número limitado de participantes, devido à pandemia. Pode acompanhar a celebração, em direto, pelo site e redes sociais do Patriarcado de Lisboa.
Patriarcado de Lisboa
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