(RV) Na
manhã desta quinta-feira (04/08), o Papa Francisco recebeu em
audiência, na Sala Clementina do Vaticano, os participantes do Capítulo
Geral dos Frades Pregadores (Dominicanos), que teve lugar em Bolonha, na
Itália, por ocasião dos 800 anos da confirmação da Ordem pelo Papa
Honório III.
No seu discurso o Papa manifestou comunhão com a família dominicana
por esta ocasião e agradeceu a Ordem pela significativa contribuição
para a Igreja e a colaboração que tem mantido com a Sé Apostólica das
origens aos nossos dias.
O oitavo centenário – sublinhou Francisco – é ocasião para fazermos
memória dos homens e mulheres de fé e letras, contemplativos e
missionários, mártires e apóstolos da caridade, que levaram nos séculos a
carícia e a ternura de Deus em todos os lugares, através dos três
pilares da Ordem que mantêm sempre fresco o carisma original: a
pregação, o testemunho e a caridade.
Sobre o primeiro pilar, a pregação, o Papa recordou o Fundador, S.
Domingos, que dizia: “primeiro contemplar, depois ensinar”. Sem uma
forte união pessoal com Deus, reiterou Francisco, a pregação pode ser
muito perfeita e fundamentada, e até mesmo admirável, mas não tocará o
coração, que é o que deve mudar.
Mas para transmitir com eficácia a palavra de Deus é necessário o
testemunho, segundo pilar da Ordem dominicana. A testemunha encarna o
ensinamento, o torna tangível, convocador, e não deixa ninguém
indiferente; acrescenta à verdade a alegria do Evangelho, a alegria de
se saber amados por Deus e objecto da sua infinita misericórdia – disse
ainda Francisco, que também acrescentou que os fiéis não apenas
necessitam receber a Palavra na sua integridade, mas também experimentar
o testemunho de vida do pregador, falando com a linguagem do coração,
que não conhece barreiras e é compreendida por todos.
Por último, o pregador e a testemunha devem sê-lo na caridade, disse
Francisco, reiterando que o homem e a mulher de hoje estão sedentos de
Deus, são a carne viva de Cristo que nos interpela e portanto devem ser a
razão de ser da missão e que dá vida às estruturas e programas
pastorais. “Quanto mais se sai para saciar a sede do próximo, tanto mais
seremos pregadores da verdade, daquela verdade anunciada por amor e
misericórdia”, ressaltou o Papa.
E Francisco concluiu encorajando-os a prosseguir com alegria o
carisma de S. Domingos, vivido de diferentes maneiras por tantos santos e
santas da família dominicana, e confiando-os à intercessão e protecção
da Virgem do Rosário, “para que sejam pregadores e testemunhas corajosos
do amor de Deus”.
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