04 agosto, 2016

Papa aos Dominicanos: pregar a misericórdia a toda a gente


(RV) Na manhã desta quinta-feira (04/08), o Papa Francisco recebeu em audiência, na Sala Clementina do Vaticano, os participantes do Capítulo Geral dos Frades Pregadores (Dominicanos), que teve lugar em Bolonha, na Itália, por ocasião dos 800 anos da confirmação da Ordem pelo Papa Honório III.

No seu discurso o Papa manifestou comunhão com a família dominicana por esta ocasião e agradeceu a Ordem pela significativa contribuição para a Igreja e a colaboração que tem mantido com a Sé Apostólica das origens aos nossos dias.

O oitavo centenário – sublinhou Francisco – é ocasião para fazermos memória dos homens e mulheres de fé e letras, contemplativos e missionários, mártires e apóstolos da caridade, que levaram nos séculos a carícia e a ternura de Deus em todos os lugares, através dos três pilares da Ordem que mantêm sempre fresco o carisma original: a pregação, o testemunho e a caridade.

Sobre o primeiro pilar, a pregação, o Papa recordou o Fundador, S. Domingos, que dizia: “primeiro contemplar, depois ensinar”. Sem uma forte união pessoal com Deus, reiterou Francisco, a pregação pode ser muito perfeita e fundamentada, e até mesmo admirável, mas não tocará o coração, que é o que deve mudar.

Mas para transmitir  com eficácia a palavra de Deus é necessário o testemunho, segundo pilar da Ordem dominicana. A testemunha encarna o ensinamento, o torna tangível, convocador, e não deixa ninguém indiferente; acrescenta à verdade a alegria do Evangelho, a alegria de se saber amados por Deus e objecto da sua infinita misericórdia – disse ainda Francisco, que também acrescentou que os fiéis não apenas necessitam receber a Palavra na sua integridade, mas também experimentar o testemunho de vida do pregador, falando com a linguagem do coração, que não conhece barreiras e é compreendida por todos.

Por último, o pregador e a testemunha devem sê-lo na caridade, disse Francisco, reiterando que o homem e a mulher de hoje estão sedentos de Deus, são a carne viva de Cristo que nos interpela e portanto devem ser a razão de ser da missão e que dá vida às estruturas e programas pastorais. “Quanto mais se sai para saciar a sede do próximo, tanto mais seremos pregadores da verdade, daquela verdade anunciada por  amor e misericórdia”, ressaltou o Papa.

E Francisco concluiu encorajando-os a prosseguir com alegria o carisma de S. Domingos, vivido de diferentes maneiras por tantos santos e santas da família dominicana, e confiando-os à intercessão e protecção da Virgem do Rosário, “para que sejam pregadores e testemunhas corajosos do amor de Deus”.

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