(RV) Decorre de 28
a 30 deste mês em Salónica, na Grécia, o tradicional Simpósio
Intercristão dos Teólogos Ortodoxos e Católicos promovido pelo
Instituto Franciscano de Espiritualidade da Pontifícia Universidade
Antonianium de Roma e pela Faculdade Teológica Ortodoxa da Universidade
Aristóteles de Salónica. O escopo é favorecer o diálogo teológico e
cultural entre católicos e ortodoxos. O tema deste ano é “A necessidade
de uma reevangelização das comunidades cristãs na Europa”.
Na mensagem que dirigiu ao Cardeal Kurt Koch, Presidente do Conselho
Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, o Papa Francisco
sublinha que a presença na Europa de tantas pessoas que, embora
baptizadas, não têm consciência do dom da fé recebida, não sentem a
consolação que ela pode trazer e não participam plenamente da vida da
comunidade cristã, representa um desafio para todas as Igrejas presentes
no continente. Numa Europa onde esmorecem cada vez mais as ligações com
as raízes cristãs, adverte-se claramente a necessidade de uma nova obra
de evangelização – escreve o Papa sublinhando que este empenho
missionário é sustido pela profunda convicção de que Cristo sempre
pode, com a sua novidade, renovar a nossa vida e a nossa comunidade, e
mesmo que atravesse épocas obscuras e fraquezas eclesiais, a proposta
cristã não envelhece nunca”.
O Papa exprime o desejo de que o Simpósio possa contribuir para
encontrar novos caminhos, métodos criativos e uma linguagem adapta para
fazer chegar o anúncio de Cristo em toda a sua beleza ao homem europeu
contemporâneo.
Também o Patriarca Ecuménico de Constantinópla , Bartolomeu, dirigiu
uma mensagem ao Simpósio em que sublinha que “segundo a sapiência dos
Padres, “mesmo que sejam milhões os que escrevem os evangelhos, todos
escrevem a mesma coisa, os muitos são um e nenhum membro da multidão dos
autores pode prejudicar o um”. Mas, não obstante isto – prossegue – os
recentes ataques terroristas em países da Europa Ocidental demonstram a
absoluta necessidade de voltar a evangelizar o continente, porque o
problema não reside tanto no terrorismo da parte de membros de uma
particular religião, quanto na vasta descristianização da Europa que
durante as últimas décadas segue o caminho de um contínuo afastamento
dos valores e das tradições cristãs e está a adoptar novas teorias e
costumes que se opõem completamente às leis de Deus.
A falta de favores estáveis e são e a liberdade desenfreada do homem
que se orienta para escolhas catastróficas para o género humano, levaram
o homem ao desespero e à procura de um apoio espiritual para poder pôr
termo a esta corrida vertiginosa em direcção à destruição do mundo e dos
valores humanos – escreve o Patriarca, segundo o qual o retorno à fé e à
vida cristãs, o Único Evangelho de Cristo, à Luz, à Verdade e à Vida, é
a única verdadeira Vida, que pode dar respostas concretas às
preocupações do homem contemporâneo.
Bartolomeu considera por isso que na medida em que o Simpósio se
encaminhar para a evangelização e a reevangelização da Europa no século
XXI será muito importante, porque dará a possibilidade que seja ouvido
mais ampla e claramente o Evangelho que nos foi dado por Deus.
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