(RV) Cidade do Vaticano – O Papa encontrou na
manhã desta quinta-feira (25/08), na Casa Santa Marta, as Irmãs de
Clausura que vivem no Mosteiro de Santa Maria de Vallegloria, situado
nas imediações de Assis.
Francisco entregou às consagradas e, simbolicamente, a todas as
Comunidades de Clausuras do mundo a Constituição Apostólica “Vultum Dei
quaerere” (“Em busca da Face de Deus”), dedicada à vida contemplativa
feminina.
Por sua vez, as Irmãs Clarissas deram ao Papa uma cópia do Crucifixo
de São Damião, pintado pela abadessa Maria Chiara Mosetti. As 24 Irmãs
Clarissas, uma Noviça e duas Postulantes, estavam acompanhadas pelo
Bispo de Foligno, Dom Gualtiero Sigismondi, Presidente da Comissão para o
Clero e a Vida Consagrada da Conferência Episcopal Italiana (CEI).
Não faltaram momentos de oração comum no encontro do Papa com as
Clarissas, vividos em espírito de partilha espiritual alegre e fraterna.
O Papa presidiu à celebração Eucarística concelebrada pelo Bispo de
Foligno e enriquecida pela suavidade dos cantos das religiosas. As
intenções da Missa foram oferecidas pelas vítimas do terramoto no centro
da Itália.
A este propósito, é de recordar que esta Comunidade de Clausura do
Mosteiro de Santa Maria de Vallegloria está situado na região italiana
da Úmbria, duramente atingida pelo terramoto de 1997, que obrigou as
religiosas a viver por 14 anos num container.
Na sua homilia, Francisco recordou o valor da oração, ponto central
da vida contemplativa de clausura, que sintetizou em três palavras:
riqueza, testemunho e esperança. A “riqueza”, disse o Papa, não deve ser
material, mas espiritual; a verdadeira riqueza dos consagrados são dons
do Senhor, que são recebidos gratuitamente. Esta riqueza, prosseguiu
Francisco, nos leva ao “testemunho” da vida.
“Vós, disse, sois Irmãs de Clausura e ninguém vos vê. Porém, as
pessoas reconhecem o valor do vosso testemunho de vida. Vocês
transmitem, com a contemplação e a oração, a vida de Jesus, centro da
nossa vida. Mediante as vossas orações, vós sustentais a Igreja e o
mundo. Este é o vosso verdadeiro testemunho” de vida.
A seguir, falando da “esperança”, o Papa disse: “Vós sois portadoras e
semeadoras da esperança da vinda do Esposo: a esperança de encontrar o
Senhor. É desta esperança que nasce a verdadeira alegria da vida
consagrada. O Senhor nos chama à felicidade”.
O Papa concluiu a sua homilia exortando as religiosas a agradecerem
sempre ao Senhor pela vida comunitária e a manterem a comunhão fraterna,
demonstrando ser pessoas “ricas dos dons divinos”.
Após a Santa Missa, as Irmãs Clarissas deixaram a Casa Santa Marta e
se dirigiram à Basílica de São Pedro onde passaram pela Porta Santa do
Ano Santo da Misericórdia. As consagradas rezaram o Credo e se detiveram
em oração diante dos túmulos de São João XXIII e São João Paulo II.
Por fim, as Irmãs Clarissas do Mosteiro de Santa Maria de Vallegloria
regressaram à Casa Santa Marta, onde almoçaram com o Papa Francisco.
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