(RV) Domingo,
7 de Agosto. Como habitualmente, ao meio dia o Papa Francisco apareceu à
janela do Palácio Apostólico para recitar juntamente com os fiéis
reunidos na Praça de São Pedro a oração do Ângelus precedida duma
reflexão em volta do Evangelho deste XIX domingo do tempo comum.
Evangelho em que São Lucas nos descreve Jesus falando aos seus
discípulos da atitude a assumir com vista no encontro final com Ele,
Cristo. Ou seja conduzir uma vida rica de boas obras. E aconselha-os a
venderem o que possuem e a dar os frutos dessa venda em esmolas; a
construírem tesouros no Céu e não na terra… é um convite – frisou
Francisco - a valorizar a esmola como obra de misericórdia, a não nos
estribarmos em bens efémeros e terrenos, mas a usarmos tudo “segundo
a lógica de Deus, a lógica da atenção aos outros, a lógica do amor. Nós
podemos ser muito apegados ao dinheiro, ter muitas coisas, mas no fim
não podemos levá-las connosco. Recordai-vos que o sudário não algibeiras”.
O Papa deteve-se depois sobre três parábolas através das quais Jesus
aprofunda o seu ensinamento sobre o tema da vigilância : antes de mais a
parábola dos servos que aguardam durante a noite o regresso do patrão:
não adormecer, esperar com fé o Senhor, manter-se pronto, em atitude de
serviço. Com esta parábola, disse o Papa – Jesus “perspectiva a vida
como uma vigília de espera operosa, que antecede ao dia luminoso da
eternidade, onde já não seremos nós a servir Deus, mas será Ele a
acolher-nos no seu refeitório. É algo, todavia, que já acontece aqui na
terra, no serviço aos outros e na Eucaristia, “onde somos nutridos com a sua Palavra e seu Corpo ”.
A segunda parábola está relacionada com a vinda imprevisível do
ladrão. Jesus exorta a estar sempre prontos, porque quando menos
esperamos, vem o Filho de Deus. O discípulo é aquele que espera o Senhor
e o seu Reino.
E tudo é ulteriormente esclarecido na terceira parábola que fala de
dois tipos de administradores. Um que na ausência do patrão, faz tudo
correctamente e outro que, pelo contrário, abusa do poder, maltrata os
servos e, por conseguinte será punido pelo patrão. O Papa disse que isto
é comparável a frequentes situações dos nossos dias: “tantas
injustiças, violências e maldades quotidianas nascem da ideia de nos
comportarmos como patrões da vida dos outros. Temos um só patrão o qual
nem gosta de fazer-se chamar “patrão”, mas sim “Pai”. Nós todos somos
servos, pecadores e filhos: Ele é o único Pai.”
E o Papa não fica por aí:
“Jesus recorda-nos hoje que a espera das beatitudes eternas
não nos dispensa do empenho em tornar mais justo e habitável este mundo.
Aliás, precisamente esta nossa esperança de possuir o Reino da
eternidade nos leva a agir de modo a melhorar as condições de vida
terrena, especialmente dos irmãos mais fracos”
“Que a Virgem Maria nos ajude a ser pessoas e comunidades não
achatadas sobre o presente, ou, pior ainda nostálgicas do passado, mas
projectadas em direcção o futuro de Deus, em direcção ao encontro com
Ele, nossa vida e nossa esperança”.
Depois da oração mariana do Ângelus, o Papa recordou mais uma vez a situação de guerra na Síria com estas palavras:
“Caros irmãs e irmãs, infelizmente, da Síria continuam a
chegar notícias de vítimas civis da guerra, de modo particular em Alepo.
É inaceitável que tantas pessoas inermes – mesmo tantas crianças –
tenham de pagar o preço do conflito, o preço do fechamento de corações e
da falta de vontade de paz dos potentes. Estamos próximos com a oração e
a solidariedade aos irmãos e às irmãs sírios, e os confiamos à materna
protecção da Virgem Maria. Rezemos todos um pouco em silêncio e depois a
Ave Maria…”
Depois o Papa saudou os romanos e peregrinos de vários países, de
modo particular adolescentes e jovens de várias partes da Itália, vindos
a Roma em serviço de voluntario em centros de acolhimento e um grupo de
jovens de Fasta, vindos da Argentina, que logo reagiram… e o Papa disse
amigavelmente que esses argentinos fazem barulho por todo o lado…
E terminou pedindo orações e despedindo-se até à próxima…
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