(RV) Ontem o Papa
tinha expresso bons votos, através dum tweet, a todos os atletas que
participam nos jogos, pedindo-lhes para serem sempre mensageiros de
fraternidade e de um espírito genuinamente desportivo.
À primeira Equipa de Refugiados a tomar parte em Jogos olímpicos, o
Papa Francisco dirige-se com a expressão “Caros irmãos”, saudando-lhes e
desejando-lhes sucessos. Que a coragem e a força que levais dentro de
vós – escreve o Papa – possam exprimir-se através dos Jogos Olímpicos,
um grito de fraternidade e de paz. Que através de vocês todos, a
Humanidade compreenda que a paz é possível, que com a paz tudo se pode
ganhar, enquanto que com a guerra tudo se pode perder. Desejo – conclui o
Papa - que o vosso testemunho faça bem a nós todos. Rezo por vós e,
por favor, rezai por mim. Que Deus vos abençoe – escreve o Papa,
assinando “fraternalmente, Francisco”.
Da Equipa fazem parte 10 atletas (seis homens e quatro mulheres):
dois nadadores sírios, dois judocas da República Democrática do Congo, e
seis corredores provenientes da Etiópia e do Sudão do Sul. Todos
fugiram de violências e persecuções e procuraram refúgio noutros países.
Os 10 atletas desfilaram no Estádio de Maracaná sob a mesma bandeira,
a das Olimpíadas: falam línguas diferentes mas representam um único
povo, o dos mais de 60 milhões de pessoas em fuga e que têm a mesma
linguagem, a da dor e da esperança.
A iniciativa de enviar uma esquadra de refugiados aos Jogos de Rio de
Janeiro não tem precedentes e constitui uma forte mensagem de apoio aos
refugiados em todo o mundo num momento em que as guerras e a pobreza
estão a fazer aumentar, dia por dia, o número de pessoas obrigadas a
abandonar os próprios países.
“A participação deles nas Olimpíadas – disse o Alto Comissário das
Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi – é uma homenagem à
coragem e à perseverança de todos os refugiados em ultrapassar as
adversidades e construir um futuro melhor para si próprios e as suas
famílias”.
O aspecto-chave desta iniciativa conjunta da ONU e do Comité Olímpico
é uma petição para pedir aos governos para garantirem que cada criança
refugiada receba instrução, que cada família refugiada tenha um lugar
seguro para viver e que cada refugiado possa trabalhar e adquirir novas
competências e poder assim dar um contributo positivo à própria
comunidade.
A petição será entregue antes do encontro de alto nível das Nações
Unidas sobre refugiados e migrantes, agendado para 19 de Setembro
próximo em Nova Iorque.
(DA)
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