14 janeiro, 2015

Papa: Virgem de Madhu, guia para uma maior reconciliação




(RV) O Papa foi acolhido em frente do santuário pelo Bispo de Mannar e autoridades locais e por milhares de fiéis ali congregados. Duas crianças puseram-lhe uma guirlanda de flores em sinal de boas-vindas, tradição do país. A imagem de Nossa Senhora foi pela ocasião colocada no pórtico do Santuário para a bênção do Papa.

Durante a celebração  foi feita uma oração em várias línguas pedindo a consolidação da paz, obtida em 2009, depois do conflito que durou três décadas. Presente representantes de famílias tâmis e singaleses duramente provadas por esse conflito.

As palavras proferidas pelo Papa no Santuário foi um enaltecer desse lugar como a casa de uma mãe em que todos os filhos se sentem protegidos; como uma fonte de inspiração e energia para uma maior e mais sólida reconciliação, justiça e paz entre o povo do Sri-Lanka, marcado pelo sofrimento da guerra, período em que mesmo a imagem de Nossa Senhora foi levada do Santuário. Mas – disse o Papa – permaneceu sempre  com cada um de vós.

“Ela, mãe de todas as casas, de todas as famílias feridas, de todos aqueles que estão a procurar voltar a existência pacífica. Hoje agradecemo-la por ter protegido o povo do Sri-Lanka de tantos perigos, passados e presentes. Maria não esquece nunca os seus filhos desta esplêndida ilha. Assim como permaneceu sempre ao lado do seu Filho na Cruz, assim também permaneceu ao lado dos seus filhos sri-lankeses sofredores”.

Falando sempre na segunda pessoa do plural, o Papa agradeceu várias vezes a Nossa Senhora que "continua a dar-nos o seu filho Jesus, o “único que tem o poder de sanar as feridas abertas e restituir a paz aos corações despedaçados”.

“Peçamos –lhe – continuou o Papa -  a graça  de perdoar os nossos pecados e todo o mal por que esta terra passou”.

O Papa recordou ainda que Nossa Senhora está sempre ali a encorajar e a guiar, a fazer dar um ulterior passo na reconciliação. Assim como perdoou os que mataram o seu Filho, Jesus, assim também quer guiar os srilankeses a “uma maior reconciliação”.

Por fim, Francisco convidou os fiéis a pedir a Nossa Senhora para “acompanhar com as suas orações os esforços dos Sri-lankeses de ambas as comunidades, Tamil e Singalesa, a fim de reconstruir a unidade que se perdeu” nos anos de guerra e que como ela voltou a ser colocada no Santuário, assim também cada um dos sri-lankeses possa voltar à casa de Deus com um renovado espírito de reconciliação e irmandade.

Depois do seu discurso, o Papa abençoou o povo e a estátua de Nossa Senhora de Madhu e às 16.30 hora local, meio dia em Roma, tomou de novo o helicóptero para Colombo, tendo jantado na Nunciatura, onde pernoita.

E assim termina este segundo dia da visita pastoral do Papa na perla do Oceâno Índico, o Sri-Lanka. Amanhã cedo, antes da partida para as Filipinas, irá de carro, da Nunciatura de Colombo à capela de Nossa Senhora do Lanka, em Bolawana a 35 km de Colombo. Este Santuário, onde existe um Instituto Cultural e uma Capela dedicada a Bento XVI, remonta a 1911. Amanhã conhecê-lo-emos melhor juntamente com o Papa Francisco.

(DA)

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