(RV) Na
homilia da Missa da Epifania o Papa Francisco afirmou que os Reis Magos
representam a humanidade em busca de Deus. Eles resistem às tentações e
convertem-se adorando o Menino Jesus.
6 de janeiro, Festa da Epifania –
Missa na Basílica de S. Pedro presidida pelo Papa Francisco. Na sua
homilia o Santo Padre começou por referir que os Reis Magos presentes na
manifestação de Deus no Menino de Belém representam toda a humanidade. E
é precisamente sobre o caminho destes homens sábios vindos do Oriente à
procura do Messias que a Igreja nos convida neste dia a meditar –
afirmou o Papa Francisco:
“Os Magos representam os homens e as
mulheres à procura de Deus nas religiões e nas filosofias do mundo
inteiro: uma busca que jamais terá fim. Homens e mulheres que procuram.”
Recordando um hino litúrgico da
Epifania, que alude precisamente à experiência dos Magos o Santo Padre
indicou o título desse hino: ‘Lumen requirunt lumine’ que quer dizer:
seguindo uma luz, eles buscam a luz. Nessa procura da luz os magos
encontram muitas dificuldades. “Quando chegam a Jerusalém, vão ao
palácio do rei, porque consideram óbvio que o novo rei nasceria no
palácio real.” – observou o Papa.
Mas nesse encontro com Herodes perdem
mesmo de vista a estrela e só a reencontram quando percebem que o
Messias nascerá em Belém, a cidade de David. Herodes queria eliminar o
Menino e não adorá-Lo – advertiu o Santo Padre. Os magos retomam viagem e
encontram “o menino com Maria, sua mãe” (Mt 2, 11). E aí, após terem
superado a tentação de Jerusalém junto do rei Herodes, conseguem superar
uma segunda tentação não rejeitando a simplicidade do Menino no
presépio de Belém:
“Depois da tentação em Jerusalém,
apareceu aqui a segunda grande tentação: rejeitar esta pequenez. Mas não
o fizeram; em vez disso, “prostrando-se, adoraram-No”, oferecendo-Lhe
os seus preciosos e simbólicos dons. É sempre a graça do Espírito Santo
que os ajuda: aquela graça que, por meio da estrela, os chamara e guiara
ao longo do caminho, agora fá-los entrar no mistério. Guiados pelo
Espírito, chegam a reconhecer que os critérios de Deus são muito
diferentes dos critérios dos homens, já que Deus não Se manifesta no
poder deste mundo, mas vem até nós na humildade do seu amor. Assim os
Magos são modelo de conversão à verdadeira fé, porque acreditaram mais
na bondade de Deus do que no brilho aparente do poder.”
Deste modo, podemos interrogar-nos – continuou o Papa Francisco: Qual é o mistério onde Deus Se esconde? Onde posso encontrá-Lo?
O Santo Padre reafirmou que “o
presépio propõe-nos um caminho diferente do sonhado pela mentalidade
mundana: é o caminho do abaixamento de Deus, a sua glória escondida na
manjedoura de Belém, na cruz do Calvário, no irmão e na irmã que sofre.”
“Os Magos entraram no mistério.
Passaram dos cálculos humanos ao mistério: esta foi a sua conversão. E a
nossa? Peçamos ao Senhor que nos conceda fazer o mesmo caminho de
conversão vivido pelos Magos. Que nos defenda e livre das tentações que
escondem a estrela. Que sintamos sempre a inquietação de nos
interrogarmos “onde está a estrela”, quando a perdermos de vista no meio
dos enganos do mundo.”
O Papa Francisco concluiu a sua
homilia exortando os cristãos a não se escandalizarem com o “sinal”, da
indicação de “um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura” e a
terem a humildade de pedir à Mãe que nos mostre o Menino Jesus para que
com ele encontremos a coragem de nos libertarmos “das nossas ilusões” e
“das nossas presunções” e possamos, assim, encontrar a Luz “como
fizeram os santos Magos.” (RS)
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