(RV) “Comunicar
a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor”
este o título da Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das
Comunicações Sociais que foi apresentada hoje em conferência de imprensa
no Vaticano.
Na conferência de imprensa de apresentação estiveram presentes o
arcebispo D. Claudio Maria Celli, presidente do Conselho Pontifício das
Comunicações Sociais, da professora Chiara Giaccardi, da Faculdade de
Letras e Filosofia (Departamento de Ciências das Comunicações e do
Espetáculo) da Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão
(Itália), e do professor Mario Magatti, da Faculdade de Ciências
Políticas da mesma instituição académica.
A Mensagem está incluída no processo sinodal sobre a família que está
em curso e que neste ano terá um encontro ordinário em outubro. “Aliás,
a família é o primeiro lugar onde aprendemos a comunicar.” – refere o
Santo Padre logo no início da sua mensagem.
O Papa Francisco, na sua Mensagem, começa por se deixar inspirar pelo
“ícone evangélico da visita de Maria a Isabel (Lc 1, 39-56) e
centraliza a sua atenção na “resposta à saudação de Maria” que “é dada
pelo menino, que salta de alegria no ventre de Isabel.” “O ventre que
nos abriga é a primeira «escola» de comunicação, feita de escuta e
contacto corporal” – sublinhou o Santo Padre que refere ser esta uma
“experiência que nos irmana a todos, pois cada um de nós nasceu de uma
mãe”.
Recordando a Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium” o Papa reafirma
que a família “o espaço onde se aprende a conviver na diferença”. Antes
de mais as “diferenças de géneros e de gerações” que nos fazem
aperceber de que “outros nos precederam” e “nos colocaram em condições
de poder existir e, por nossa vez, gerar vida”.
A Mensagem do Papa apresenta a família como um ambiente de
comunicação “onde se transmite “aquela forma fundamental de comunicação
que é a oração”. É na família que “a maioria de nós aprendeu, em
família, a dimensão religiosa da comunicação, que, no cristianismo, é
toda impregnada de amor, o amor de Deus” – frisa o Santo Padre que
refere ainda que é na família que se vive a “comunicação enquanto
descoberta e construção da proximidade” onde se vive a capacidade de
“abraçar, apoiar, acompanhar, decifrar olhares e silêncios, rir e chorar
juntos, entre pessoas que não se escolheram e todavia são tão
importantes”.
A família é também uma escola de perdão – escreve o Santo Padre – o
perdão que é “uma dinâmica de comunicação” que permite ensinar uma
criança “a ouvir os outros, a falar de modo respeitoso, expressando o
seu ponto de vista sem negar o dos outros” permitindo que esta criança
se torne num construtor de diálogo e reconciliação na sociedade.
Muito importante nesta Mensagem do Papa Francisco é o espaço dado à
comunicação nas famílias com filhos com deficiência e necessidades
especiais. Segundo o Santo Padre essa situação numa família pode ser “um
estímulo” para ela “se abrir, compartilhar, comunicar de modo
inclusivo”.
A família é também apresentada nesta Mensagem como um ambiente onde
se pode aprender a “abençoar em vez de amaldiçoar, visitar em vez de
repelir, acolher em vez de combater é a única forma de quebrar a espiral
do mal, para testemunhar que o bem é sempre possível, para educar os
filhos na fraternidade.”
Em relação aos meios modernos de comunicação o Papa Francisco afirma
que estes “tanto podem dificultar como ajudar a comunicação em família e
entre as famílias”. Dificultam se saturam os momentos de silêncio mas
podem favorecer a narrar, a compartilhar, a agradecer, a pedir perdão”.
Assim o desafio que hoje se nos apresenta – escreve o Papa – é
aprender de novo a narrar, não nos limitando a produzir e consumir
informação. A família não é “um objeto acerca do qual se comunicam
opiniões nem um terreno onde se combatem batalhas ideológicas, mas um
ambiente onde se aprende a comunicar na proximidade”.
Na sua Mensagem o Papa Francisco apresenta a família não como um
modelo abstrato que se aceita ou rejeita, defende ou ataca, como muitas
vezes é apresentado pelos meios de comunicação social mas como “uma
realidade concreta” um lugar “onde todos aprendemos o que significa
comunicar no amor recebido e dado”.
O Santo Padre conclui a sua Mensagem afirmando que a família mais
bela “é aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a
riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e
filhos.” O Papa Francisco termina a Mensagem com uma frase para o
futuro: “Não lutemos para defender o passado, mas trabalhemos com
paciência e confiança, em todos os ambientes onde diariamente nos
encontramos, para construir o futuro.”
O Dia Mundial das Comunicações Sociais, é celebrado no domingo que antecede o Pentecostes. Este ano será a 17 de maio. (RS)
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