(RV) Foram
muitos os gestos e bem audíveis as vozes que interpelaram o Papa
Francisco nesta sua Viagem Apostólica às Filipinas. Em primeiro lugar, o
gesto resistente dos filipinos de Tacloban que depois do tufão
inquietam os corações com a força da sua fé. Também as vozes dos jovens
que se reuniram com o Santo Padre interpelavam, sobretudo pela sua
exuberância e espontaneidade: Pope Francis we love you – Papa Francisco
nós amamos-te – diziam eles.
Muito intenso o gesto e a atitude do pai da jovem Kristel, 27 anos,
que estava em Tacloban a trabalhar como voluntária para uma associação
católica norte-americana, a Catholic Relief Services. Antes da Missa
caíram alguns andaimes sobre ela e a jovem morreu. Este facto, ruidoso
pela brutalidade da sua consequência, motivou a imediata reação do Papa
Francisco que, para além de rezar pela rapariga, quis encontrar-se com o
pai de Kristel. E esse encontro foi a maior interpelação. O Padre
Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, referiu aos
jornalistas que o pai de Kristel revelou uma “fé profunda e simples”
pois perante este acontecimento terrível demonstrou “esperança”.
“O encontro foi bonito e comovente. Na mesa, diante do Papa e do
pai, abalado pela tragédia, havia duas lindas fotos: uma da jovem,
recente; e outra de quando era criança, com os pais. Assim, havia uma
sensação da presença sorridente desta jovem. E o mais bonito foi que
depois do encontro, o Cardeal Tagle (que foi o intérprete), disse que o
pai de Kristel, apesar de chocado, sentia consolação porque a filha
morreu num ato de serviço pelo seu povo, para que pudesse encontrar o
Santo Padre”.
Outros gestos e vozes interpelantes para o Santo Padre foram os
testemunhos das famílias filipinas no encontro na Arena de Manila.
Histórias marcadas por experiências concretas de amor e serviço em
situações de pobreza, deficiência e necessidades especiais e ainda de
distância devido ao trabalho no estrangeiro longe da família. Todos
estes testemunhos sensibilizaram o Santo Padre que afirmou não ser
“possível uma família sem sonhar.”
Finalmente, a pequena Shon que chorou perante o Papa. A jovem menina
resgatada das ruas de Manila interpelou diretamente o Papa pois queria
saber “porque é que as crianças sofrem”.
O Papa Francisco, abraçou-a e aproveitou a oportunidade para dizer
que falta no mundo hoje a capacidade de chorar. Sublinhou mesmo que
certas realidades da vida só podem ser vistas com os olhos lavados pelas
lágrimas. “Aprendamos a chorar” – afirmou o Papa Francisco. (RS)
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