Jesus convida-nos a
não ter medo de viver no mundo, mesmo que nele por vezes existam
condições de conflito e pecado. Diante da violência, da injustiça e da
opressão, a Igreja não se pode fechar em si mesma ou esconder-se na
segurança do próprio recinto; não pode abandonr a sua missão de
evangelização e de serviço, disse o Papa na sua alocução antes de rezar o
Angelus neste V Domingo do Tempo Comum.
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
Ser sal da terra e luz do mundo, uma linguagem simbólica usada por
Jesus para indicar àqueles que pretendem segui-lo, “alguns critérios
para viver a presença e o testemunho no mundo.”
Dirigindo-se aos milhares de peregrinos e turistas reunidos na Praça de São Pedro para o Angelus dominical,
o Papa refletiu sobre o Evangelho de Mateus proposto pela liturgia do
dia, explicando o significado destas duas imagens: sal e luz.
Ser sal
O sal – observou Francisco - “é o elemento que dá sabor e que
conserva e preserva os alimentos da corrupção”, motivo pelo qual o
discípulo “é chamado a manter afastado da sociedade os perigos, os
germens corrosivos que poluem a vida das pessoas”.
E explicando o que é ser sal, enfatiza o quanto é necessário hoje o testemunho de fidelidade aos ensinamentos de Jesus:
É “sal” o "discípulo" que, apesar dos fracassos quotidianos -
porque todos nós os temos - reergue-se do pó dos próprios erros,
recomeçando com coragem e paciência,em cada dia, a procurar o diálogo e o
encontro com os outros. É "sal" o discípulo que não busca o consenso e o
aplauso, mas esforç-se para ser uma presença humilde e construtiva, na
fidelidade aos ensinamentos de Jesus, que veio ao mundo não para ser
servido, mas para servir. E há tanta necessidade deste comportamento.
Ser luz
O Papa explica então o significado de ser luz. “A luz – recordou -
dissipa a escuridão e permite ver. Jesus é a luz que dissipou as trevas,
mas elas ainda permanecem no mundo e nas pessoas”. Neste sentido, “é
tarefa do cristão dissipá-las, fazendo resplandecer a luz de Cristo e
anunciar o seu Evangelho”. E esta “irradiação”, deve brotar sobretudo
“das nossas boas obras".
O discípulo de Jesus é luz quando sabe viver a própria fé fora de
espaços restritos, quando contribui para eliminar os preconceitos, as calúnias e a deixar entrar a luz da verdade nas situações
deterioradas pela hipocrisia e mentira. Iluminar. Mas não é a minha
luz, é a luz de Jesus. Nós somos instrumentos para que a luz de Jesus
chegue a todos.
A Igreja não se pode fechar em si mesma
Diante dos conflitos e pecados existentes no mundo - recordou o Papa -
Jesus convida-nos a não temer. De faco, na Última Ceia, Ele não pediu
ao Pai para que tirasse os discípulos do mundo, mas que os protegesse do
espírito do mundo. E enfatizou:
Diante da violência, da injustiça, da opressão, o cristão não se pode
fechar em si mesmo ou esconder-se na segurança do próprio recinto.
Também a Igreja nãose pode fechar em si mesma, não pode abandonar a sua
missão de evangelização e de serviço.
A Igreja dedica-se com generosidade e ternura aos pequenos e aos
pobres: este não é o espírito do mundo, esta é a sua luz, é o sal. A
Igreja escuta o clamor dos últimos e dos excluídos, porque tem
consciência de ser uma comunidade peregrina chamada a prolongar a
presença salvífica de Jesus Cristo na história.
Grupos de peregrinos presentes na Praça São Pedro
O Papa concluiu, pedindo à Virgem Santa para nos ajudar “a sermos sal e luz no meio das pessoas, levando a todos, com a vida e a palavra, a Boa Nova
do amor de Deus”.
VN
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