09 fevereiro, 2020

Papa: diante da violência e da injustiça, a Igreja deve ser fiel à sua missão de evangelização e serviço

 
 
Jesus convida-nos a não ter medo de viver no mundo, mesmo que nele por vezes existam condições de conflito e pecado. Diante da violência, da injustiça e da opressão, a Igreja não se pode fechar em si mesma ou esconder-se na segurança do próprio recinto; não pode abandonr a sua missão de evangelização e de serviço, disse o Papa na sua alocução antes de rezar o Angelus neste V Domingo do Tempo Comum. 
 
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

Ser sal da terra e luz do mundo, uma linguagem simbólica usada por Jesus para indicar àqueles que pretendem segui-lo, “alguns critérios para viver a presença e o testemunho no mundo.”

Dirigindo-se aos milhares de peregrinos e turistas reunidos na Praça de São Pedro para o Angelus dominical, o Papa refletiu sobre o Evangelho de Mateus proposto pela liturgia do dia, explicando o significado destas duas imagens: sal e luz. 

Ser sal

O sal – observou Francisco - “é o elemento que dá sabor e que conserva e preserva os alimentos da corrupção”, motivo pelo qual o discípulo “é chamado a manter afastado da sociedade os perigos, os germens corrosivos que poluem a vida das pessoas”.
“Trata-se de resistir à degradação moral, ao pecado, testemunhando os valores da honestidade e da fraternidade, sem ceder às tentações mundanas do carreirismo, do poder e da riqueza.”
E explicando o que é ser sal, enfatiza o quanto é necessário hoje o testemunho de fidelidade aos ensinamentos de Jesus:

É “sal” o "discípulo" que, apesar dos fracassos quotidianos - porque todos nós os temos - reergue-se do pó dos próprios erros, recomeçando com coragem e paciência,em cada dia, a procurar o diálogo e o encontro com os outros. É "sal" o discípulo que não busca o consenso e o aplauso, mas esforç-se para ser uma presença humilde e construtiva, na fidelidade aos ensinamentos de Jesus, que veio ao mundo não para ser servido, mas para servir. E há tanta necessidade deste comportamento. 

Ser luz

O Papa explica então o significado de ser luz. “A luz – recordou - dissipa a escuridão e permite ver. Jesus é a luz que dissipou as trevas, mas elas ainda permanecem no mundo e nas pessoas”.  Neste sentido, “é tarefa do cristão dissipá-las, fazendo resplandecer a luz de Cristo e anunciar o seu Evangelho”.  E esta “irradiação”, deve brotar sobretudo “das nossas boas obras".
“Um discípulo e uma comunidade cristã são luz no mundo quando direcionam os outros para Deus, ajudando cada um a fazer a experiência da sua bondade e da sua misericórdia.”
O discípulo de Jesus é luz quando sabe viver a própria fé fora de espaços restritos, quando contribui para eliminar os preconceitos, as calúnias e a deixar entrar a luz da verdade nas situações deterioradas pela hipocrisia e mentira. Iluminar. Mas não é a minha luz, é a luz de Jesus. Nós somos instrumentos para que a luz de Jesus chegue a todos. 

A Igreja não se pode fechar em si mesma

Diante dos conflitos e pecados existentes no mundo - recordou o Papa - Jesus convida-nos a não temer. De faco, na Última Ceia, Ele não pediu ao Pai para que tirasse os discípulos do mundo, mas que os protegesse do espírito do mundo. E enfatizou:

Diante da violência, da injustiça, da opressão, o cristão não se pode fechar em si mesmo ou esconder-se na segurança do próprio recinto. Também a Igreja nãose pode fechar em si mesma, não pode abandonar a sua missão de evangelização e de serviço.

A Igreja dedica-se com generosidade e ternura aos pequenos e aos pobres: este não é o espírito do mundo, esta é a sua luz, é o sal. A Igreja escuta o clamor dos últimos e dos excluídos, porque tem consciência de ser uma comunidade peregrina chamada a prolongar a presença salvífica de Jesus Cristo na história.

Grupos de peregrinos presentes na Praça São Pedro

O Papa concluiu, pedindo à Virgem Santa para nos ajudar “a sermos sal e luz no meio das pessoas, levando a todos, com a vida e a palavra, a Boa Nova do amor de Deus”.

VN

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