21 fevereiro, 2020

Papa a ortodoxos: acolher como dom para nós o que o Espírito semeou no outro



“A vossa visita não é somente ocasião para aprofundar o conhecimento da Igreja católica, mas é também para nós católicos uma oportunidade para acolher o dom do Espirito que está em vós. A vossa presença permite-nos esta troca de dons e é motivo de alegria”, disse o Papa nesta sexta-feira (21/02) a uma delegação de sacerdotes e monges das Igrejas ortodoxas orientais 

Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano

O Santo Padre concluiu a sua série de audiências nesta sexta-feira (21/02) recebendo às 12h20 locais, na Sala dos Papas, no Vaticano, uma delegação de jovens sacerdotes e monges das Igrejas ortodoxas orientais, numa visita de estudo.

Ao dar as boas-vindas, o Pontífice manifestou a sua alegria pela visita e dirigiu, através dos presentes, uma saudação particular aos meus “veneráveis e queridos Irmãos, Chefes das Igrejas ortodoxas orientais, disse.

Francisco ressaltou que uma visita é sempre uma troca de dons. Quando a Mãe de Deus visitou Isabel, partilhou com ela a alegria pelo dom que tinha recebido de Deus. “E Isabel, acolhendo a saudação de Maria que lhe fez saltar o menino no seu ventre, ficou repleta do dom do Espírito Santo e concedeu à prima a sua bênção”, ressaltou. 

Partilhar os dons do Espírito Santo

“Como Maria e Isabel, as Igrejas trazem em si vários dons do Espírito, a partilhar pela alegria e o bem recíprocos. Deste modo – disse –, quando nós cristãos de diferentes Igrejas nos visitamos, encontrando-nos no amor do Senhor, temos a graça de partilhar esses dons.”

“Que possamos acolher o que o Espírito semeou no outro como um dom para nós. Neste sentido, a vossa visita não é somente uma ocasião para aprofundar o conhecimento da Igreja católica, mas é também para nós católicos uma oportunidade para acolher o dom do Espirito que está em vós. A vossos presença permite-nos esta troca de dons e é motivo de alegria” 

Igrejas que marcaram no sangue a fé em Cristo

Citando o apóstolo Paulo, o Papa disse também agradecer a Deus pela graça concedida aos sacerdotes e monges da delegação em visita. “Tudo parte daí, do ver a graça, do reconhecer a obra gratuita de Deus, do crer que Ele é o protagonista do bem que está em nós.” Esta é beleza do olhar cristão sobre a vida. E é também a perspectiva na qual acolher o irmão, como o Apóstolo Paulo ensina, disse ainda, acrescentando:

“Portanto, estou grato por vós, pela graça que acolheram na vida e nas vossas tradições, pelo sim do vosso sacerdócio e da vida monástica, pelo testemunho dado pelas várias Igrejas ortodoxas orientais, Igrejas que marcaram no sangue a fé em Cristo e que continuam a ser sementes de fé e de esperança também em regiões marcadas, infelizmente, pela violência e pela guerra.” 

Não hóspedes, mas irmãos

Antes de despedir-se, o Santo Padre fez votos de que eles tivessem tido uma experiência positiva da Igreja católica e da cidade de Roma e que se tenham sentido não hóspedes, mas irmãos.
“O Senhor encontra contentamento nisto, na fraternidade entre nós. Que a vossa visita, e as que com a ajuda de Deus poderão seguir-se, possam agradar e dar glória ao Senhor! Que a vossa presença se torne uma pequena semente fecunda para fazer germinar a comunhão visível entre nós, aquela unidade plena que Jesus deseja ardentemente.”
Francisco concluiu renovando o seu cordial agradecimento pela visita, assegurando as suas orações por eles, confiando também as orações deles para si e pelo seu ministério. Por fim, convidou-os a rezarem juntos, cada um na própria língua, o Pai-Nosso.

VN

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