“A vossa visita não é somente ocasião para aprofundar o conhecimento da Igreja católica, mas é também para nós católicos uma oportunidade para acolher o dom do Espirito que está em vós. A vossa presença permite-nos esta troca de dons e é motivo de alegria”, disse o Papa nesta sexta-feira (21/02) a uma delegação de sacerdotes e monges das Igrejas ortodoxas orientais
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano
O Santo Padre concluiu a sua série de audiências nesta sexta-feira (21/02) recebendo às 12h20 locais, na Sala dos Papas, no Vaticano, uma delegação de jovens sacerdotes e monges das Igrejas ortodoxas orientais, numa visita de estudo.
Ao dar as boas-vindas, o Pontífice manifestou a sua alegria pela visita
e dirigiu, através dos presentes, uma saudação particular aos meus
“veneráveis e queridos Irmãos, Chefes das Igrejas ortodoxas orientais,
disse.
Francisco ressaltou que uma visita é sempre uma troca de dons. Quando
a Mãe de Deus visitou Isabel, partilhou com ela a alegria pelo dom que
tinha recebido de Deus. “E Isabel, acolhendo a saudação de Maria que lhe
fez saltar o menino no seu ventre, ficou repleta do dom do Espírito
Santo e concedeu à prima a sua bênção”, ressaltou.
Partilhar os dons do Espírito Santo
“Como Maria e Isabel, as Igrejas trazem em si vários dons do
Espírito, a partilhar pela alegria e o bem recíprocos. Deste modo –
disse –, quando nós cristãos de diferentes Igrejas nos visitamos,
encontrando-nos no amor do Senhor, temos a graça de partilhar esses
dons.”
“Que possamos acolher o que o Espírito semeou no outro como um dom
para nós. Neste sentido, a vossa visita não é somente uma ocasião
para aprofundar o conhecimento da Igreja católica, mas é também para nós
católicos uma oportunidade para acolher o dom do Espirito que está em
vós. A vossos presença permite-nos esta troca de dons e é motivo de
alegria”
Igrejas que marcaram no sangue a fé em Cristo
Citando o apóstolo Paulo, o Papa disse também agradecer a Deus
pela graça concedida aos sacerdotes e monges da delegação em visita.
“Tudo parte daí, do ver a graça, do reconhecer a obra gratuita de Deus,
do crer que Ele é o protagonista do bem que está em nós.” Esta é beleza
do olhar cristão sobre a vida. E é também a perspectiva na qual acolher o
irmão, como o Apóstolo Paulo ensina, disse ainda, acrescentando:
“Portanto, estou grato por vós, pela graça que acolheram na vida e nas vossas tradições, pelo sim do vosso sacerdócio e da vida monástica,
pelo testemunho dado pelas várias Igrejas ortodoxas orientais, Igrejas
que marcaram no sangue a fé em Cristo e que continuam a ser sementes de
fé e de esperança também em regiões marcadas, infelizmente, pela
violência e pela guerra.”
Não hóspedes, mas irmãos
Antes de despedir-se, o Santo Padre fez votos de que eles tivessem
tido uma experiência positiva da Igreja católica e da cidade de Roma e
que se tenham sentido não hóspedes, mas irmãos.
Francisco concluiu renovando o seu cordial agradecimento pela visita,
assegurando as suas orações por eles, confiando também as orações deles
para si e pelo seu ministério. Por fim, convidou-os a rezarem juntos, cada um
na própria língua, o Pai-Nosso.
VN
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