28 fevereiro, 2020

Centenário da morte de Danta Jacinta marto: «Do lado de Deus para que ninguém se perca»



O Cardeal-Patriarca de Lisboa apresentou a vida de Santa Jacinta como modelo de santidade para os cristãos. Nas celebrações que assinalaram o centenário da morte da pastorinha de Fátima, e que passaram por locais significativos dos últimos momentos da sua vida em Lisboa, D. Manuel Clemente desafiou todos, em especial as crianças, a terem “o coração de Jacinta” para que “o Céu na terra” não tenha que esperar tanto
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O Hospital Dona Estefânia – o local onde Jacinta Marto “partiu para o Céu” –, foi o lugar central das celebrações que assinalaram, em Lisboa, no passado dia 20 de fevereiro, os 100 anos da morte da pastorinha de Fátima. No dia em que a Igreja assinalou a festa litúrgica dos Santos Francisco e Jacinta Marto, largas centenas de pessoas, de todas as idades e proveniências, marcaram presença na capela do hospital lisboeta para a Missa presidida pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa, tendo sido desafiadas a “corresponder a Deus”, tal como fizeram Jacinta, Francisco e Lúcia. “Eram crianças como as outras crianças. Mas, depois, houve um dia em que este chamamento de Deus brilhou como uma luz que eles nunca tinham visto e foram tocados pela santidade de Deus. A seguir, foram atingidos pelo seu contrário, que foi a visão do inferno – de que eles falavam – e que é, exatamente, o contrário disto tudo. Deslumbrados pela santidade de Deus, obtiveram um vislumbre negativo do que pode ser o seu contrário. E, nessa altura, Jacinta e o seu irmão Francisco ficaram completamente do lado de Deus e daquela Senhora que lhes trazia a santidade de Deus”, referiu D. Manuel Clemente, na homilia. “Atingidos, não só, por aquele horror que a vida pode não ser, como, sobretudo, tocados pela vontade de que ninguém se perdesse, nos poucos, mas intensos, anos de vida”, os pastorinhos de Fátima optaram por estar “do lado de Deus, do lado de Jesus, para que ninguém se perca”. Esta “entrega” não acabou em 1920, mas “continua em 2020”, porque “a santidade de Deus não tem tempo, enche o tempo todo e ultrapassa-o ainda mais”, lembrou o Cardeal-Patriarca, na capela do hospital onde Jacinta Marto esteve nos últimos dias da sua vida.

Atender à vida infantil

O exemplo de santidade desta pastorinha de Fátima continua a chamar inúmeras pessoas que, através do seu trabalho, das suas vidas, são desafiados para estarem “do lado de Deus”, tal como acontece com todos os trabalhadores daquele hospital, “uma casa que atende tão particularmente à vida e, em particular, à vida infantil”. “Através dos cuidados que, no dia a dia, aqui são prestados, é Deus a chamar à vida através das mãos, da profissão e da devoção de tanta gente que aqui se entrega. É assim que Deus chama e a santidade acontece”, observou D. Manuel Clemente. “Quem, no dia-a-dia, se entrega aos cuidados dos nossos irmãos mais pequeninos e também das suas famílias e de todos aqueles que aqui colaboram, está do lado de Deus, está do lado da vida, está do lado da santidade de Deus. Está como Jacinta esteve: para que ninguém se perca, para que a vida aconteça”, prosseguiu o Cardeal-Patriarca de Lisboa, numa celebração onde estiveram vários colaboradores e membros do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central e do próprio Hospital Dona Estefânia.
Momentos antes da celebração, no auditório do hospital teve lugar uma conferência onde foram apresentados alguns factos sobre a presença de Jacinta Marto em Lisboa. O momento contou também com a presença do reitor de Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, e da postuladora da causa de canonização de Francisco e Jacinta Marto, irmã Ângela Coelho. Esta iniciativa, em Lisboa, inseriu-se no programa mais alargado, preparado pelo Santuário de Fátima e que teve início no dia 16 de fevereiro. 

Lugar que inspira

Ao longo dos últimos anos, o local onde Jacinta Marto partiu para o Céu continua a ser procurado por milhares de “portugueses, estrangeiros, em família, individualmente, e até, em grupos organizados”, conta, ao Jornal VOZ DA VERDADE, o capelão, padre Carlos Azevedo. “Este é o lugar, por excelência, ao culto a Santa Jacinta. Há muitos, muitos anos que este espaço é procurado por peregrinos do mundo inteiro”, aponta este sacerdote, referindo que “todas as horas, todos os momentos e todas as informações disponíveis daquilo que foi a vida da Santa Jacinta neste hospital continua a inspirar muitas pessoas e muitos profissionais”. Por isso, “termos, hoje, valorizado o espaço que assinala a sua presença é um dom muito grande”. “É uma mensagem que procura transmitir sentido para a vida”, sublinha o padre Carlos, garantindo que “é a própria Jacinta que conduz todo este processo”. “Aquilo que a Jacinta aqui viveu é muito interpelante para aqueles que aqui procuram encontrar a sua saúde e sentido para o seu sofrimento”, garante.

  • Leia a entrevista reportagem na edição do dia 1 de março do Jornal VOZ DA VERDADE, disponível nas paróquias ou em sua casa.

Patriarcado de Lisboa

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