“A atitude correta que devemos ter é estar ao lado de quem sofre", referiu D. Manuel Clemente.
O
Cardeal-Patriarca de Lisboa disse à Agência Ecclesia que o tema da
legalização da eutanásia “não se pode tratar de ânimo leve”, apontando
ao debate parlamentar agendado para 20 de fevereiro. “A atitude correta
que devemos ter é estar ao lado de quem sofre, para que essa última fase
da sua vida – com tudo aquilo que os cuidados paliativos também podem e
devem fazer, quando generalizados e aplicados -, seja uma fase
positiva”, sustentou D. Manuel Clemente, presidente da Conferência
Episcopal Portuguesa (CEP).
O presidente da CEP assumiu a
intenção de promover uma intervenção “antes, durante e depois” do
debate, numa mobilização “até fora do âmbito eclesial”, por considerar
que está em causa “a vida, o seu significado, sobretudo quando está mais
fragilizada”. “[A despenalização da eutanásia] Pode ser episodicamente
aprovada, mas nós cá estamos, como seres humanos, nesta frente comum por
uma humanidade melhor”, aponta, lembrando que “esta é uma questão
humana, não se deve confinar esta frente pela vida ao âmbito eclesial,
porque ela é humanitária e a humanidade diz respeito a todos”.
Para
D. Manuel Clemente, a prioridade é que a sociedade seja “toda ela
paliativa”, ou seja, uma sociedade “que abriga, que acolhe, que
envolve”. “Isto é muito importante, quer no princípio da vida, quer na
sua última fase”, indicou.
O Cardeal-Patriarca entende que quem é
acompanhado “não quer morrer”. “A vida tem de ser vivida em toda a sua
latitude e longitude, ainda antes do nascer, na sua fase embrionária, e
na sua fase final. Está é uma questão que, ou se trata na totalidade, ou
fica muito maltratada”, defende.
Em 2016, a CEP publicou a Nota Pastoral ‘Eutanásia: o que está em causa? Contributos para um diálogo sereno e humanizador’,
na qual os bispos católicos afirmam que “nunca é absolutamente seguro
que se respeita a vontade autêntica de uma pessoa que pede a eutanásia”.
Ecclesia
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